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ASCO 2017: Sessão oral de melanoma e tumores de pele apresenta resultados promissores

ASCO 2017: Sessão oral de melanoma e tumores de pele apresenta resultados promissores

O Dr. Rodrigo Munhoz, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Hospital Sírio-Libanês, aponta os destaques da sessão oral de melanoma e tumores de pele do Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2017). Confira a seguir.

Foram apresentados dados muito interessantes da eficácia de antissistêmicos em pacientes com metástase no sistema nervoso central. Três apresentações da sessão oral incluíram especificamente pacientes desse subgrupo e demonstraram elevada eficácia tanto da terapia-alvo na forma de inibidores do BRAF e MEK quanto da imunoterapia na forma de ipilimumabe e nivolumabe ou nivolumabe em monoterapia, com altas taxas de resposta em lesões do sistema nervoso central, ainda que uma duração de resposta um pouco abaixo daquela observada em lesões extracranianas. Um aspecto importante é que novos efeitos colaterais, manifestações ou complicações não foram observadas com o uso de terapia-alvo ou mesmo com o uso de imunoterapia, mantendo o mesmo padrão de tolerância.

Houve também três publicações de tratamento adjuvante do melanoma, sendo dois estudos negativos. Um de fotemustina no melanoma uveal e um estudo de bevacizumabe no tratamento adjuvante do melanoma cutâneo com alto risco de recidiva. O que se viu no estudo Avastin do bevacizumabe foi um impacto favorável de sobrevida livre de progressão, mas ausência de impacto em sobrevida global.

Outro estudo muito aguardado foi apresentado de forma preliminar, o ECOG1609 fase III randomizado com três braços de tratamento: ipilimumabe em dose alta, ipilimumabe em dose baixa ou interferon em dose alta para o tratamento adjuvante de pacientes com melanoma ressecado em alto risco. O estudo foi concebido para comparação de ipilimumabe em qualquer uma das doses, inicialmente 3 e depois 10, de forma hierárquica e escalonada versus interferon em dose alta. Não foram apresentados dados de eficácia referente ao braço tratado com interferon. Houve a apresentação de uma análise exploratória não pré-planejada comparando os dois braços de ipilimumabe. É importante salientar que o estudo não foi concebido com poder para essa comparação. São dados imaturos de um estudo concebido com outro desenho. É preciso mais tempo de seguimento da apresentação de dados mais robustos deste estudo para que qualquer mudança no contexto adjuvante possa ser discutida.

Também há dados muito interessantes sobre o seguimento de alguns estudos de longo prazo, como o Keynote-006. Foram atualizados os dados de sobrevida livre de progressão e sobrevida global, além da apresentação dos desfechos daqueles pacientes que descontinuaram o tratamento após dois anos de uso do pembrolizumabe, conforme preconizava o protocolo, ressaltando o conceito de que, muitas vezes, o controle da doença pode ser sustentado mesmo após a descontinuidade do tratamento.

Dados da atualização de um estudo fase II randomizado de dabrafenibe e trametinibe mostraram que é possível uma proporção de pacientes atingir respostas sustentadas e duradouras, ou seja, uma cauda na curva em pacientes tratados com terapia-alvo, principalmente aqueles com DHI normal e baixo volume da doença.

Saindo do campo do melanoma, mas ainda em neoplasias cutâneas, foram apresentados dados promissores de um estudo fase I de uma molécula chamada REGN2810 – trata-se de um agente anti-PD1 – em pacientes com câncer de pele do tipo escamoso. Houve taxa de resposta considerável nesses pacientes, uma eficácia muito interessante e um perfil de toxicidade não significativamente diferente dos vistos habitualmente com agentes anti-PD1, mas expandindo a aplicabilidade da imunoterapia para essa que é uma enfermidade quase órfã para a qual não há uma recomendação de tratamento formal. A taxa de resposta desse estudo foi superior a 45% com mais quase 23% dos pacientes atingindo estabilização da doença. Isso significa uma eficácia muito pronunciada de agentes anti-PDI, sendo o primeiro estudo prospectivo em pacientes com carcinoma escamoso de pele a demonstrar isso.

Mais novidades da ASCO 2017

O Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2017) aconteceu de 2 a 6 de junho, em Chicago (EUA). Acompanhe as novidades aqui no site da SBOC.