Instalar App SBOC


  • Toque em
  • Selecione Instalar aplicativo ou Adicionar a lista de início

Notícias

Notícias

Brasileiros destacam realidade das pacientes com tumores ginecológicos

Brasileiros destacam realidade das pacientes com tumores ginecológicos

Oncologistas membros da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participaram do encontro anual da Society of Gynecologic Oncology, em Washington (EUA), de 11 a 15 de março. Baixa prevenção, diagnóstico tardio e demora para início do tratamento estão entre os problemas destacados pelos especialistas brasileiros, segundo os oncologistas Andréia Melo, Angélica Nogueira Rodrigues e Eduardo Paulino, do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).

Eduardo Paulino (Grupo EVA/COI/Inca) e Angélica Nogueira Rodrigues (Grupo EVA/UFMG/DOM) apresentaram o panorama epidemiológico do câncer ginecológico no Brasil. Segundo os pesquisadores, a cada dois anos, o Instituto Nacional de Câncer divulga dados sobre a incidência de câncer de colo uterino, endométrio e ovário, porém sem informações detalhadas sobre os aspectos clínicos e demográficos. Para os estudos apresentados, foram colhidos dados de uma coorte de 193.647 pacientes tratadas entre os anos de 2000 e 2015 no país. Para cada tumor ginecológico, foram avaliadas as seguintes variáveis: idade mediana ao diagnóstico, anos de estudo, raça, estado civil, tipos histológicos, estágio ao diagnóstico e tempo decorrido entre o diagnóstico e o primeiro tratamento.

Foi identificada alta proporção de estágios avançados ao diagnóstico. Por exemplo, 79% dos tumores de colo uterino e vagina e 48% dos tumores de endométrio em estágios II a IV na época do diagnóstico. Além disso, foi detectado significativo atraso para o início do tratamento. Em 38% dos casos de tumor de endométrio e 36% dos de colo uterino, o tempo entre o diagnóstico e o primeiro tratamento ultrapassou 90 dias. Outro dado alarmante é que 22% das pacientes com câncer de colo do útero têm mais de 65 anos no momento do diagnóstico, indicando necessidade de maior atenção à prevenção em mulheres com mais de 50 anos1,2.

Por sua vez, a pesquisadora Audrey Tsunoda (Grupo EVA e Hospital Erasto Gaertner) apresentou a queda na segunda dose de vacinação anti-HPV no país de 99,9% da meta para 58,9% em 2014, ano de sua incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS)3. De acordo com a cirurgiã oncológica, iniciativas de educação voltadas para a população com o objetivo de aumentar a taxa de adesão ao esquema completo são essenciais para o sucesso do programa.

Outro destaque foi o Dr. Reitan Ribeiro, do Hospital Erasto Gaertner, que apresentou uma técnica cirúrgica inovadora durante a plenária. Para pacientes jovens que desejam preservação de fertilidade e que apresentam tumores pélvicos não ginecológicos cujo tratamento envolve radioterapia, a transposição uterina retira o útero e os ovários do campo a ser irradiado. Após o término do tratamento, esses órgãos são reimplantados, de forma a preservar a capacidade reprodutiva dessas pacientes4.

Referências:

  1. Paulino E. Current demographics of gynwcologic câncer in Brazil. Presented at Special Interest Session II: Comtemporary Issues in Gynecologic Oncology: An International Focus on March 11, 2017. Abstract 501
  2. Nogueira Rodrigues A. Cervical câncer in a sub-optimally screened cohort: A population-based epidemiologic study of 133,771 women in Brazil. Presented at Special Interest Session II: Comtemporary Issues in Gynecologic Oncology: An International Focus on March 11, 2017. Abstract 500
  3. Tsunoda A. Discrepancies in brazilian HPV national vaccination coverage. Presented at Special Interest Session II: Comtemporary Issues in Gynecologic Oncology: An International Focus on March 11, 2017. Abstract 482
  4. Reitan R. Uterine transposition. Presented at Scientific Plenary V: The Farr Nezhat Surgical Innovation Session (Unintended Cosequences and Cool Outcomes) on March 14, 2017. Abstract 21