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Câncer avança três vezes mais do que infarto ou derrame em número de mortes

Câncer avança três vezes mais do que infarto ou derrame em número de mortes

Levantamento divulgado pelo Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), mostra que, em 516 dos 5.570 municípios brasileiros, o câncer já é a principal causa de morte. “Este dado de que 10% dos municípios já têm o câncer como maior causa de mortalidade em nosso país é uma oportunidade para enfatizar a necessidade de adoção de medidas de prevenção primária, como não fumar, não consumir álcool em excesso, evitar sobrepeso, obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada e exposição ao sol em horários inapropriados; alertar sobre a indicação de imunizações como a vacina contra a hepatite B e a vacina contra o HPV desde a infância; além de estímulo a bons hábitos de higiene física”, destaca a Dra. Anelisa Coutinho, membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

“O avanço do câncer, que deve se tornar a primeira causa de morte no Brasil em poucos anos, nos lembra da necessidade de disseminar a prevenção primária e a secundária.” Segundo a oncologista clínica, os profissionais de saúde como um todo, incluindo os médicos generalistas das várias especialidades, devem aproveitar o contato com seus pacientes para orientar sobre esses fatores relacionados ao aumento do risco de câncer, assim como informar sobre indicações de prevenção secundária, isto é, a realização de exames periódicos para a detecção precoce de alguns tipos de tumores. “Há maior chance de cura se a neoplasia é detectada no início; daí a importância de exames como a mamografia, o PSA, a colonoscopia, entre outros, de acordo com a avaliação clínica geral, o histórico individual e familiar de cada paciente”, pontua. “Nós, médicos, precisamos aproveitar também o tempo da consulta sempre que possível para conversar com nossos pacientes sobre tudo isso”, defende.

Na opinião da Dra. Anelisa Coutinho, ampliar a educação em saúde da população brasileira é primordial para que as pessoas adotem as medidas de prevenção primária e procurem espontaneamente cada vez mais os serviços de saúde para a prevenção secundária. “A sociedade brasileira, se bem informada e consciente de todas essas questões, poderá encontrar maneiras inclusive de cobrar das autoridades e ajudar a implantar ações para ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento de qualidade”, opina a diretora da SBOC. “Os médicos têm um papel fundamental tanto na educação da população, disseminando essas informações entre os pacientes e familiares, quanto na construção e aperfeiçoamento das políticas públicas, a exemplo do trabalho que vem sendo feito pela SBOC e por outras instituições que tratam do câncer do Brasil.”

A especialista lembra que em torno de 50% a 60% dos casos de câncer em geral podem ser diagnosticados em sua fase inicial com maior chance de cura, enquanto a outra parcela refere-se a tumores “silenciosos” ou de evolução mais rápida, infelizmente diagnosticados em fase mais avançada. Quando não há cura, em uma parte dos casos o câncer pode assumir o perfil de doença crônica, com diversas etapas sequenciais de tratamento e controle, e em outros inevitavelmente resultará em morte dos pacientes mais próxima ao diagnóstico.

Três vezes mais mortes por câncer

De acordo com o estudo do TJCC e do CFM, feito com base nos números do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), o crescimento das mortes por neoplasias foi quase três vezes mais rápido do que daquelas provocadas por infartos ou derrames entre 1998 e 2015. Os registros mostram que o número de mortes por câncer aumentou 90% em 2015 com relação a 1998, de 209.780 para 110.799. No mesmo período, houve alta de 36% entre as vítimas de doenças cardiovasculares, de 349.642 para 256.511 pessoas.

Atualmente, as complicações no aparelho circulatório, especialmente o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio, ainda são responsáveis pela maior parte das mortes no Brasil.