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Congresso Brasileiro de Câncer de Pele reúne quase 2 mil profissionais

Congresso Brasileiro de Câncer de Pele reúne quase 2 mil profissionais

Em uma realização conjunta das sociedades brasileiras de Oncologia Clínica (SBOC), Cirurgia Oncológica (SBCO) e Radioterapia (SBRT), oncologistas e diversos outros profissionais e estudantes ligados ao cuidado oncológico de pacientes com tumores cutâneos participaram, nos últimos dias 23 e 24, do Congresso Brasileiro de Câncer de Pele. Cerca de dois mil inscritos acompanharam a programação, completamente virtual, conduzida por 132 palestrantes.

A programação abordou os mais recentes avanços da área e os impactos da pandemia de COVID-19 no tratamento e na prevenção dos cânceres que acometem o maior órgão do corpo humano – e que é o mais incidente na população brasileira, responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país.

A presidente do evento pela SBOC, Dra. Andreia Melo, membro do Comitê de Tumores de Pele e Sarcomas da entidade, destacou na ocasião o caráter multidisciplinar do evento. “Foi um grande esforço de muitas mãos, representadas pelas três entidades que se uniram para construir o congresso, para não deixarmos de fora nenhum aspecto relacionado aos mais diversos cânceres da pele”, conta. Também presidiram o evento Dr. Luiz Fernando Nunes, pela SBCO, e Dr. Wilson Almeida Júnior, pela SBRT.

De acordo com a presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, os esforços deixarão legados para a comunidade oncológica brasileira. “O encontro de tantos bons profissionais em torno de uma problemática ainda tão dramática para a população brasileira, mas para a qual a ciência tem apresentado respostas muito promissoras, terá impacto em toda a rede de cuidado oncológico”, comemora. No evento, Dra. Clarissa lembrou do engajamento da SBOC para a conquista de alternativas de acesso a tratamentos oncológicos de ponta contra diversos tipos de câncer, e que teve como um dos principais resultados recentes a incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de imunoterápicos para pacientes com melanoma (saiba mais).

Um congresso contemporâneo

A pandemia de COVID-19 teve impacto na programação do evento não apenas na definição do seu formato, mas também na escolha dos temas – que foram tratados à luz das transformações pelas quais o cuidado oncológico tem passado nos últimos meses por conta dos riscos agravados de infecção de pacientes pelo novo coronavírus.

Direto do Panamá, onde foi realizado um grande estudo sobre os impactos da pandemia no tratamento oncológico em toda a América Latina, o oncologista italiano Dr. Cesar Restrepo, cirurgião geral do Complexo Hospitalar Metropolitano da Cidade do Panamá, conduziu uma das aulas a respeito do que tem mudado na área com o surgimento do Sars-Cov-2. “A pandemia está demorando mais do que gostaríamos e imaginávamos para ser derrotada, e os médicos e a infraestrutura da saúde estão sobrecarregados em muitos países. A isso, devemos acrescentar que existem problemas específicos relacionados ao câncer que requerem resolução urgente”, disse.

De acordo com o especialista, no caso específico do melanoma, os esforços devem ser direcionados para realizar procedimentos em um ambiente ambulatorial que limite o uso dos recursos da sala de cirurgia. “Se ocorre um atraso significativo na excisão definitiva, a localização precisa da biópsia deve ser cuidadosamente documentada, seja por fotografia ou marcação do local pelo paciente ou cuidador, para facilitar a identificação em um momento posterior”, explica. “A quimioterapia neoadjuvante pode continuar se o paciente responder bem a ela e demonstrar alto grau de tolerância aos seus efeitos”, completa.

Ainda segundo Dr. Restrepo, gerenciar a doença em estágio III com terapia sistêmica neoadjuvante é fundamental. “Se os recursos permitirem e o paciente não for adequado para terapia sistêmica, é importante considerar a ressecção em um ambiente ambulatorial. Para pacientes com lesões maiores que 1 mm e, deve ser dada prioridade a biópsia de linfonodo sentinela (SLN).”

Ainda na temática, Dr. Gelcio Luiz, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), tratou da epidemiologia dos tumores de pele no Brasil e apresentou diretrizes para ajuste de condutas e procedimentos reunidas pela National Comprehensive Cancer Network (NCCN), aliança de 31 centros de câncer nos Estados Unidos, a maioria designada pelo National Cancer Institute como centros de câncer abrangentes. O especialista reforçou a preferência por biopsia excisional em caso de melanoma, e o adiamento por até três meses de ressecções para lesões in situ e iniciais, com prioridade para aquelas maiores que 2 mm.

Também segundo as diretrizes apresentadas por Dr. Gelcio Luiz, o seguimento deve ser adiado por três a seis meses, com teleatendimento.

Homenagens

Além da extensa programação científica, o congresso contou com momentos de reconhecimento da jornada profissionais de lideranças renomadas no cuidado oncológico da pele – entre eles, o homenageado da SBOC, Dr. Antônio Carlos Buzaid, oncologista e gestor da saúde. De acordo com a presidente do evento, Dra. Andreia Melo, “a escolha se deu pelas importantes contribuições de Dr. Buzaid ao avanço científico e clínico do cuidado oncológico de pacientes com melanoma – desde sua graduação, 1982, pela FMUSP, até a consolidação de uma carreira internacional e o retorno ao Brasil, onde criou um jeito muito particular de empreender e gerir a oncologia.”

Em seu discurso de agradecimento, Dr. Buzaid reforçou que oncologia é trabalho de equipe. “A grande arte que eu tive sorte de ter ao longo dessas décadas foi ser envolvido por pessoas fantásticas, o que faz toda a diferença. Primeiro escolha as pessoas, depois o caminho. Obrigado por me escolherem para esta importante homenagem”, disse.

Além de Dr. Buzaid, foi homenageado pelas entidades realizadoras do evento o cirurgião oncológico Dr. José Francisco Neto Rezende, chefe do Serviço de Tecido Ósseo e Conectivo (TOC) do INCA.

Saiba mais da programação em www.cancerdepele2021.com.br.