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Dia de Prevenção do Câncer de Colo do Útero: especialistas da SBOC comentam estratégias para erradicação da doença

Dia de Prevenção do Câncer de Colo do Útero: especialistas da SBOC comentam estratégias para erradicação da doença

Todos os anos aproximadamente 17 mil mulheres desenvolvem tumores no colo do útero no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Se excluídos os casos de tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é o terceiro mais incidente na população feminina, ficando atrás apenas dos tumores mamários e de colorretal.

Às vésperas do Dia de Prevenção do Câncer de Colo do Útero, lembrado em 26 de março, o Ministério da Saúde lançou uma nova estratégia para controle e eliminação da doença. A iniciativa foi anunciada na última quarta-feira (22), em Recife (PE), onde um projeto piloto já está em curso.

Além da prevenção e controle de casos, a estratégia nacional irá focar no diagnóstico precoce da doença e, para isso, prevê-se o uso no Sistema Único de Saúde (SUS) do exame molecular, o RT-PCR, para detecção do papilomavírus humano (HPV) – um dos principais causadores do câncer de colo do útero.

O RT-PCR, mais preciso do que o exame Papanicolau – atualmente utilizado e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – tem por objetivo aprimorar o rastreio da doença em mulheres de 25 a 64 anos.

Outra prioridade anunciada pelo Ministério da Saúde é retomar o alto nível de cobertura vacinal no Brasil. De acordo com os dados mais recentes da pasta, a primeira dose da vacina contra o HPV em meninos de 9 a 14 anos caiu de 61,55% em 2019, no período pré-pandemia, para 58,3% em 2022. No caso das meninas da mesma faixa etária, apenas 77,4% receberam a primeira dose da vacina até o final de 2022, frente a 87,08% em 2019.

Em relação à imunização completa, feita em duas doses, segundo recomendações do Ministério da Saúde, apenas 38,4% dos meninos e 58,3% das meninas tinham sido contemplados até o final de 2022.

De acordo com o órgão governamental, o projeto piloto de Recife será expandido, agora, para todo o estado de Pernambuco com o objetivo de testar cerca de 400 mil mulheres, o que corresponde a toda a população feminina entre 25 a 64 anos atendida pelo SUS naquele estado. A estratégia também irá organizar a Rede de Atenção do Sistema para implementar o projeto nas UBSs e monitorar os exames realizados. No segundo semestre, as atividades serão expandidas para todo o Brasil.

“O programa ‘Útero é vida’ surgiu da necessidade de ações sistemáticas e efetivas para combater o câncer de colo de útero, uma doença com alta incidência e mortalidade, que prejudica a saúde e a vida de tantas mulheres jovens em idade produtiva”, afirma Dra. Bárbara Lafayette, representante regional da SBOC no Nordeste por Pernambuco.

Ela explica que a iniciativa foi impulsionada por conta do impacto brutal que uma doença que pode ser evitada causa na sociedade e no sistema de saúde. “Se as medidas de testagem em massa para o HPV e a ampliação da vacinação forem alcançadas, há potencial para redução importante da incidência da doença, como ocorreu nos países desenvolvidos”, completa.

Diretora da SBOC e coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos da entidade, Dr. Angélica Nogueira enfatiza que qualquer iniciativa que fortaleça os meios de prevenção ao câncer do colo do útero no país é muito bem-vinda.

“Temos disponível uma vacina que evita diversos tipos de câncer: a do HPV. Por isso, precisamos estimular que o público-alvo seja imunizado. Somente com o aumento de vacinados é que vamos conseguir quebrar a cadeia de transmissão do vírus e evitar o surgimento do câncer”, comenta a oncologista clínica.

Dra. Angélica também defende o fortalecimento da vacinação nas escolas. “No início da campanha de vacinação, que ocorreu há quase 10 anos, o cenário era mais positivo. Em parceria com secretarias de educação, a primeira etapa do calendário vacinal foi aplicada em escolas públicas e privadas, e a campanha foi fortemente divulgada em todos os tipos de mídia. Na época, a adesão à vacinação foi de quase 92%”, relembra.