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Dia Internacional da Mulher: SBOC promove debate sobre estresse e acúmulo de tarefas na população feminina

Em alusão ao Dia Internacional das Mulheres (8 de março), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) promoveu uma atividade especial com sua equipe de colaboradores para refletir sobre o acúmulo de tarefas na população feminina. Participaram como convidadas especiais a Dra. Maria Ignez Braghiroli, membro da Diretoria da SBOC e do Comitê de Lideranças Femininas da entidade, e a psiquiatra Dra. Mayra Stefanini, que tem atendido cada vez mais pacientes mulheres com casos de síndrome de burnout.

Durante o debate, que pode ser assistido neste link, foram apresentados diversos casos de sobrecarga de trabalho nas mulheres, como as evidenciadas no estudo internacional “Das ideias para a ação: Igualdade de gênero na esteira da covid-19. De acordo com essa pesquisa realizada pela ONU Mulheres em parceria com a organização não governamental WomenCount, durante a pandemia de covid-19, 49% das mulheres tornaram-se responsáveis pela limpeza da casa, 37% por cozinhar e 37% por cuidarem dos filhos. Entre os homens, esses índices foram bem menores: 33%, 16% e 26%, respectivamente.

No ambiente profissional, a disparidade de gênero também tem sido notada. Segundo a consultoria McKinsey, no seu relatório “Mulheres no Local de Trabalho”, as executivas seniores apresentam maior propensão a se sentirem esgotadas e uma probabilidade 1,5 vez maior de deixarem os seus cargos em relação aos colegas homens. Entre os motivos de pedidos de demissão por mulheres, 75% apontam o esgotamento como principal fator.

O levantamento da consultoria também mostra que a síndrome de burnout é mais comum nas mulheres. Cerca de 35% dos homens apresentaram sintomas de esgotamento, enquanto 42% delas relataram indícios da síndrome – que é resultado da vivência de situações de estresse surgidos no contexto laboral.

Na Medicina, o cenário não é distinto e a desigualdade de gênero se faz presente. Não à toa uma joint session com a American Society of Clinical Oncology (ASCO) ganhou destaque na programação do XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. Na ocasião, foi apontado como as mulheres ocupam menos cargos de liderança tanto no mercado de trabalho, quanto nas instituições acadêmicas.

“As mulheres acumularam funções e ganharam o mercado de trabalho, o que é ótimo. Porém, não deixaram de ser cobrada pelas funções domésticas”, comentou Dra. Mayra Stefanini. “Antes, havia o papel definido na sociedade, de homem provedor e a mulher cuidando dos filhos. Hoje em dia, a mulher sai para trabalhar, mas de forma geral ainda é sobrecarregada, o que gera estresse”, comparou a psiquiatra durante a conversa na sede da SBOC, em São Paulo.

Dra. Maria Ignez Braghiroli lembrou que as últimas diretorias da SBOC têm demostrado interesse em refletir e enfrentar a desigualdade de gênero na oncologia. “Sinto que as mulheres têm sido cada vez mais valorizadas [na SBOC]. Foi criado um Comitê de Mulheres. Acho que de alguma maneira a SBOC tem tido um olhar especial para essa questão”, enfatizou.

A diretora da SBOC aproveitou o debate para deixar um recado para as mulheres: “Vocês oncologistas ou de outras especialidades serão sempre acolhidas aqui na nossa Sociedade. Podem ter a certeza de que as portas da SBOC estão abertas para vocês.”

Assista ao debate promovido pela SBOC sobre o Dia Internacional da Mulher.