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ESMO 2017: imunoterapia ganha força no tratamento de pacientes com câncer geniturinário

ESMO 2017: imunoterapia ganha força no tratamento de pacientes com câncer geniturinário

Entre os principais trabalhos apresentados em Madri durante o ESMO 2017, o Dr. Volney Soares Lima, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), aponta dois com grande impacto em câncer de rim e de bexiga. Ambos trazem resultados promissores com imunoterapia. Outro estudo comentado pelo especialista refere-se a novos tratamentos em câncer de próstata além da terapia hormonal.

Câncer de rim

O estudo CheckMate 214 (LBA5) trouxe resultado surpreendente para o manejo de pacientes de risco intermediário e alto com carcinoma de células renais avançado ou metastático não tratado anteriormente (RCC). A combinação dos imunoterápicos nivolumabe e ipilimumabe alcançou maior taxa de resposta objetiva e prolongada sobrevida global em comparação ao sunitinibe na primeira linha de tratamento. O estudo é de fase 3, randomizado e aberto.

De acordo com o Dr. Volney Lima, o sunitinibe, um inibidor de tirosina-cinase, era o padrão de tratamento havia mais de dez anos. “Ao longo desse tempo, várias drogas tentaram competir, mas sem sucesso”, conta. “Esses resultados da combinação de nivolumabe e ipilimumabe representam um grande avanço, apesar de ser um tratamento bastante caro”, avalia.

Outro achado importante do estudo discutido em Madri é que tiveram maior benefício os pacientes com expressão de tumor PD-L1 ≥1%. Já para os pacientes de baixo risco, o sunitinibe ainda obteve melhores resultados.

Câncer de bexiga

A imunoterapia surge com força também na segunda linha de tratamento de pacientes com câncer de bexiga. A doença é altamente letal na fase metastática e costuma acometer idosos com diversas comorbidades. Segundo o estudo Keynote 045 (LBA37_PR), fase 3, pembrolizumabe após a quimioterapia inicial à base de platina propiciou sobrevida significativamente maior em pacientes com câncer urotelial avançado na comparação com um regime de quimioterapia alternativa (paclitaxel, docetaxel ou quimioterapia com vinflunina).

As respostas são muito duráveis, superiores a um ano. Mas o desafio, frisa o Dr. Volney Lima, é que somente 20% dos pacientes se beneficiam do imunoterápico. “Precisamos encontrar uma maneira de selecionar esses pacientes”, afirma o oncologista clínico. “Além isso, é fundamental o desenvolvimento de novos tratamentos para os outros 80%”, acrescenta.

Mais um dado relevante do estudo é a tolerância bem maior da imunoterapia. Eventos adversos de qualquer grau ocorreram em 62% dos pacientes tratados com pembrolizumabe versus 90,6% dos que receberam quimioterapia. Ainda em relação ao perfil de segurança, menos pacientes com pembrolizumabe tiveram que interromper o tratamento por causa de efeitos colaterais em comparação com aqueles em quimioterapia. A qualidade de vida também se mostrou superior no braço da imunoterapia.

Câncer de próstata

Na avaliação do Dr. Volney Lima, o trabalho mais interessante na área foi o Stampede (LBA31_PR). A conclusão é que pacientes com câncer de próstata com doença metastática ao diagnóstico quando iniciam a terapia hormonal a longo prazo podem se beneficiar de dois novos tratamentos. O ensaio comparou um grupo tratado com docetaxel e outro com abiraterona acetato mais prednisolona (AAP). Ambos os medicamentos propiciaram vantagem de sobrevida em relação ao padrão de terapia hormonal isolada, vigente desde a década de 40. “Contudo, os resultados não mostraram diferenças estatísticas significativas entre docetaxel e AAP, embora o estudo tenha sido desenhado para isso”, ressalta o diretor da SBOC.