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Estudo clínico mostra eficácia semelhante de biossimilar do trastuzumabe

Estudo clínico mostra eficácia semelhante de biossimilar do trastuzumabe

Um artigo publicado neste mês no Journal of the American Medical Association (JAMA) mostrou o resultado de um estudo de fase III que comparou o trastuzumabe a um biossimilar do medicamento. O estudo clínico randomizou 458 mulheres diagnosticadas com câncer de mama metastático HER2-positivo que, durante 24 semanas, receberam o medicamento de referência ou o biossimilar, ambos em combinação de primeira linha com taxano. O resultado foi uma taxa de resposta global ao biossimilar de 69,6%, comparada à taxa de resposta ao trastuzumabe de 64%. “Esse estudo teve como desfecho primário a não inferioridade nas taxas de resposta aos dois produtos. Ele não observou desfechos de sobrevida”, explica o oncologista Markus Gifoni, membro da atual Diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). “Se ele for reconhecido como suficiente para demonstrar a similaridade entre os dois, poderá reforçar a taxa de resposta como fator preponderante nos estudos clínicos com biossimilares”, diz.

De acordo com o Dr. Gifoni, opções biossimilares de medicamentos como o trastuzumabe são bastante esperadas por se tratarem de fármacos de alto custo. No Brasil, por exemplo, o trastuzumabe não é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de câncer de mama metastático HER2-positivo. Em novembro, a SBOC submeteu à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) pedido para que o medicamento seja incorporado ao sistema público (clique para ler matéria sobre o assunto).

Na Rússia e na China, já existem biossimilares do trastuzumabe, mas com estudos de similaridade menos reconhecidos do que o publicado no JAMA. Na Europa e nos Estados Unidos, ainda é preciso aguardar que o prazo das patentes expire para que os biossimilares sejam utilizados na oncologia. “Diferentemente dos genéricos, que são uma cópia quimicamente idêntica do medicamento de marca, os biossimilares não reproduzem a fórmula exatamente igual porque essa cópia não pode ser obtida. Por isso, estudos clínicos para comprovar sua eficácia e sua segurança são exigidos”, explica o Dr. Gifoni.

O oncologista observa que ainda não há consenso sobre o que os estudos clínicos com biossimilares precisam demonstrar. “Desfechos de equivalência em sobrevida são mais demorados. Há um dilema, portanto, que tem sido debatido em todo o mundo por pesquisadores e as agências reguladoras: se os desfechos de equivalência em sobrevida e toxicidade a longo prazo, mais habitualmente exigidos em estudos de eficácia e segurança, forem sempre exigidos nos estudos com biossimilares, seu custo de produção se aproximaria do custo dos agentes inovadores, o que pode reduzir a possibilidade de ampliação de acesso que se espera dessa classe de medicamentos”, explica.

Acesse o artigo sobre o trastuzumabe biossimilar na íntegra.