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SBOC REVIEW

Prevenção da mucosite oral induzida por everolimo com o uso de enxaguatórios bucais contendo dexametasona: o SWISH Trial

A combinação do inibidor do mTOR everolimo, avaliada no estudo BOLERO-2, com o inibidor de aromatase esteroidal exemestano, é terapia aprovada e ativa no arsenal terapêutico de pacientes com CM metastático RH+ HER2 negativo, que progrediram à terapia endócrina prévia. Em comparação a exemestano em monoterapia, a combinação prolongou a sobrevida livre de progressão, permitindo que pacientes ganhassem mais tempo antes de necessitar uso de quimioterapia. Não obstante, mucosite oral, com hipersensibilidade, dor, e aftas, é frequentemente observada em pacientes que recebem everolimo, com consequente impacto na qualidade de vida e pior aderência ao tratamento. Além disso, comprometimento da nutrição, necessidade de redução ou atraso da dose planejada pode interferir na eficácia da combinação.

Nesse estudo de fase 2, pela primeira vez, foi avaliada estratégia profilática para o desenvolvimento de mucosite, mediante uso de solução para enxágue bucal livre de álcool, contendo dexametasona na dose de 0.5 mg/5 ml de solução. Pacientes eram instruídos a realizar bochecho com 10 ml da solução durante 2 minutos, 4 vezes ao dia, desde o início de uso de everolimo 10 mg com exemestano, durante 8 semanas. Após esse período, a continuidade do tratamento seria de acordo com necessidade. Na semana 8 de tratamento, a incidência de estomatite grau 2 ou superior foi de 2% para a coorte de 85 pacientes tratadas com solução oral contendo dexametasona, comparado com 33% para 482 pacientes do estudo BOLERO-2, mostrando que o uso profilático de solução oral contendo dexametasona conseguiu reduzir incidência e severidade de mucosite oral.

Hugo e cols. Lancet Oncology 2017. Março 14. DOI:10.1016/S1470-2045(17)30109-2

Comentários: Essa intervenção simples e de baixo custo, fez com que pacientes conseguissem manter suas dietas habituais com menores escores de dor. Foi registrada também maior dose intensidade e menos descontinuação do tratamento em comparação com dados de controle histórico do estudo BOLERO-2. Essa estratégia, portanto, deve ser utilizada de rotina para pacientes com CM que receberão everolimo.

Débora de Melo Gagliato, MD

Oncologista Clínica do Centro de Oncologia do Paraná, Oncoville, Curitiba-PR.

Ex-oncologista Hospital Sírio Libanês e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

Ex-fellow MD Anderson Cancer Center, Houston, EUA.