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Oncologista brasileiro é reconhecido pela ASCO por sua pesquisa sobre genotipagem do câncer de pulmão em pacientes brasileiros
Pela primeira vez, um brasileiro é eleito pesquisador-destaque pela Conquer Cancer Foundation, fundação da American Society of Clinical Oncology (ASCO). Membro da SBOC, o oncologista Luiz Henrique de Lima Araujo foi reconhecido pelo seu estudo sobre a genotipagem do câncer de pulmão em pacientes brasileiros.
A relação do oncologista de 37 anos com a ASCO começou há seis anos, quando ele ganhou o International Development and Educational Award (IDEA). O prêmio foi uma bolsa para participar do Congresso da ASCO e uma semana de mentoria num centro de referência em câncer nos Estados Unidos. “Passei esse período em Vanderbilt com o Dr. David Carbone, meu mentor até hoje”, diz o Dr. Araujo. Em 2012, o médico tornou-se o primeiro brasileiro a ser selecionado pelo Long-Term International Fellowship (LIFe), que deu a ele a oportunidade de ficar três anos nos Estados Unidos, também sob mentoria do Dr. David Carbone. “As terapias-alvo estavam em ascensão nos Estados Unidos. Meu projeto, que rendeu a bolsa, foi fazer o perfil das mutações dos brasileiros com câncer de pulmão, pesquisa que desenvolvo até agora e que rendeu mais esse reconhecimento da ASCO”, conta.
Tratamento personalizado
O projeto, denominado Perfil Molecular do Adenocarcinoma de Pulmão no Brasil, incluirá 516 pacientes brasileiros até o final do próximo ano. Até agora, já ultrapassou 200, oriundos de instituições de todas as regiões do país. “Os resultados preliminares ainda não foram publicados, mas supomos que o perfil das mutações no Brasil é diferente das que ocorrem nos Estados Unidos e na Europa por causa da nossa miscigenação”, conta o oncologista. “As terapias-alvo são caras. Ao mapear a frequência das mutações no país, poderemos selecionar quais pacientes se beneficiariam de cada medicamento, chegando a um tratamento mais efetivo”, diz.
Dr. Araujo atua como oncologista e pesquisador no INCA e nas Clínicas Oncológicas Integradas (Grupo COI), no Rio de Janeiro. “Tenho como objetivo estimular projetos de pesquisa e ajudar a melhorar a formação acadêmica dos colegas, contribuindo para o avanço da Oncologia no país”, afirma.