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Pembrolizumabe em tumores com instabilidade de microssatélite (MSI-H) ou deficiência de enzimas de reparo (dMMR): atualização da análise do estudo de fase II – KEYNOTE- 158

Pembrolizumabe em tumores com instabilidade de microssatélite (MSI-H) ou deficiência de enzimas de reparo (dMMR): atualização da análise do estudo de fase II – KEYNOTE- 158

Resumo do artigo:

Diversos estudos já demonstraram a eficácia de imunoterapia em pacientes com tumores com instabilidade de microssatélite. Em análise prévia do estudo KEYNOTE-158, pembrolizumabe demonstrou atividade antitumoral na avaliação de 233 pacientes com tumores sólidos não colorretal com instabilidade de microssatélite (MSI-H) ou deficiência de enzimas de reparo (dMMR) previamente tratadas. Esta atualização publicada no Annals of Oncology traz dados atualizados, incluindo um número ainda maior de pacientes (n=351). Foram elegíveis para esta coorte pacientes com câncer não-colorretal, com falha às terapias padrões de primeira linha e Performance Status 0 e 1. Os pacientes receberam pembrolizumabe 200 mg a cada 3 semanas por até 35 ciclos, sendo interrompidos por progressão de doença ou toxicidade.

O objetivo primário foi taxa de resposta objetiva pelo RECIST v1.1. 351 pacientes com vários tipos de tumores foram incluídos, sendo os mais comuns: neoplasia de endométrio (22,5%), neoplasia gástrica (14,5%) e intestino delgado (7,4%). O tempo mediano do estudo foi 37,5 meses (intervalo de 0,2 a 55,6 meses), sendo que 30,8% das pacientes receberam mais de 6 doses de Pembrolizumabe. A taxa de resposta de pembrolizumabe foi de 30,8% (IC 95% 25,8%-36,2%), sendo de 48,5% (IC 95% 36,2%-61 %) em câncer de endométrio, 31% (IC 95% 17,6%-46,1%) em câncer gástrico e 48% (IC 95% 27,8%-68,7%) em câncer de intestino delgado. A mediana de duração de resposta foi de 47,5 meses (IC 95% 2,1-51,1 meses) e de sobrevida livre de progressão de 3,5 meses (IC 95% 2,3 – 4,2 meses), sendo a média de sobrevida global 20,1 meses (IC 95% 14,1 – 27,1 meses).

Eventos adversos foram observados em 227 pacientes (64,7%), sendo 39 pacientes (11,1%) graus 3 e 4 relacionados ao tratamento; 3 pacientes apresentaram eventos grau 5 (0,9%) – 1 miocardite, 1 pneumonite e 1 Síndrome de Guillain-Barré.

A análise dos dados conclui que pembrolizumabe apresenta significativo e duradouro benefício clínico nesta população de pacientes, podendo ser considerado neste contexto como opção terapêutica.

 

 

M Maio, P.A. Ascierto, L. manzyuk et al. Pembrolizumabe in microsatellite instability high or mismatch repair deficient cancers: update analysis from the phase II KEYNOTE – 158 study.
Pembrolizumabe em tumores com instabilidade de microssatélite (MSI-H) ou deficiência de enzimas de reparo (dMMR): atualização da análise do estudo de fase II – KEYNOTE- 158.

 

Comentário da avaliadora científica:

Os tumores com instabilidade de microssatélite ou deficiência de enzimas de reparo representam aproximadamente 2 a 4% de todos os tumores. Eles apresentam uma carga de mutação somática alta, resultam em altos níveis de linfócitos CD8+ e expressão de PD-L1.

Pembrolizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado igG4 anti-PD-1 e tem demonstrado atividade antitumoral em tumores sólidos neste contexto, mesmo na população de pacientes previamente tratados com quimioterapia.

Baseado neste estudo KEYNOTE – 158, o pembrolizumabe foi aprovado pelo FDA em 2017 para portadores de tumores sólidos com MSI-H ou dMMR, sendo este considerado o primeiro biomarcador de tumor agnóstico para tratamento com imunoterapia. No Brasil, pembrolizumabe foi aprovado pela Anvisa no ano de 2022 para tumores com instabilidade de microssatélite, no entanto a aprovação se restringiu a alguns tumores (carcinoma colorretal, endometrial, gástrico, intestino delgado e vias biliares), e não de forma agnóstica. A atualização deste estudo corrobora o aspecto agnóstico deste biomarcador, assim como a eficácia e segurança do pembrolizumabe neste cenário.

 

Avaliadora científica:

Dra. Silvia Regina Graziani
Residência Médica em Oncologia Clínica pelo Hospital A.C. Camargo, Fundação Antônio Prudente
Mestre e Doutora em Farmácia e Bioquímica pela USP
Coordenadora do Serviço de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – São Paulo