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Posicionamento da SBOC sobre relatório da CPI da fosfoetanolamina

Posicionamento da SBOC sobre relatório da CPI da fosfoetanolamina

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) repudia frontalmente o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sobre a fosfoetanolamina, a chamada “pílula do câncer”.

O relatório prima pela precariedade dos argumentos levantados, tentando desabonar a imagem dos pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do investigador principal do estudo, Prof. Paulo Hoff, considerado um expoente da oncologia clínica em âmbito internacional. A SBOC assegura que o estudo da fosfoetanolamina foi conduzido dentro de estritas normas internacionais de estudos clínicos de fase 2, confirmando a falta de atividade clínica da droga em questão, após o recrutamento de mais de 70 pacientes, nos quais se constatou apenas uma resposta parcial durante o tratamento. A SBOC concorda que seria antiético continuar com o estudo após essa avaliação inicial, uma vez que se estaria submetendo mais pacientes a um tratamento evidentemente ineficaz. As considerações de que houve falhas metodológicas de farmacocinética e farmacodinâmica são absolutamente descabidas pela falta de dados disponíveis para justificar esquemas alternativos de dose.

O esquema usado no estudo foi decidido pelos investigadores do ICESP e informado ao Dr. Gilberto Chierice, que, inclusive, recebeu uma cópia do protocolo final do estudo sem que tivesse se manifestado na época contrariamente à metodologia proposta.

Assim, a SBOC presta aqui seu apoio integral ao ICESP, ao investigador principal Prof. Paulo Hoff, ao Secretário de Saúde Prof. David Uip e ao Governador Geraldo Alckmin, responsáveis em conjunto pela condução do estudo.

É de pasmar que legisladores estaduais gastem seu tempo e erário público em uma tentativa obscurantista de censurar uma pesquisa médica de alta qualidade, que simplesmente comprovou a falta de atividade antineoplásica da fosfoetanolamina. É digno de interesse o fato de isso ocorrer em ano de eleições, além do fato de que os senhores deputados, como legisladores, apoiam o feito de, ao longo de 20 anos, essa droga ter sido produzida fora de laboratórios farmacêuticos e ter sido distribuída a pacientes de maneira ilegal, por pessoas alheias à medicina, em uma afronta criminosa à legislação sanitária vigente no país.

Dr. Sergio D. Simon
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)