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Presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil, discute financiamento da oncologia em Seminário na Câmara

Presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil, discute financiamento da oncologia em Seminário na Câmara

Nesta quarta-feira, 30 de agosto, em Brasília (DF), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) voltou a ter destaque na programação do seminário “Integração dos centros e unidades especializadas em oncologia”, promovido pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar as ações de combate ao câncer no Brasil.

No segundo dia do evento, o presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira, participou do painel sobre “Financiamento da oncologia”, moderado por Dr. Nelson Teich, ex-ministro da Saúde e membro do Comitê de Políticas Públicas da SBOC.

Dr. Carlos Gil começou sua fala lembrando que a oncologia tem passado por uma revolução tecnológica que acabou por encarecer as diversas possibilidades de diagnóstico e tratamento da doença. “Temos recursos finitos. Aproximadamente 3% dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) são aplicados à oncologia. Sabemos que estamos em um país com vários problemas e o objetivo não é tirar o orçamento de outras áreas. Por isso, acreditamos que precisamos de fontes alternativas de financiamento, tanto públicas quanto privadas”, comentou.

Para o Presidente da SBOC, o desafio não se resume a apenas aumentar o investimento. É preciso pensar em estratégias para beneficiar toda a linha de cuidado. “Não vamos resolver o problema de câncer de pulmão atuando só na prevenção do tabagismo ou só na doença avançada. Temos que atuar em toda a cadeia”, exemplificou.

Já o moderador da mesa, Dr. Teich, ressaltou que não será possível estruturar o cuidado do câncer se não for melhorado o sistema de saúde como um todo. “Os custos só aumentam. Se não temos uma solução ideal hoje, é porque é muito difícil, não é porque as pessoas não estão interessadas. É um cenário complexo, que vai demandar que se pare para definir estratégias, planejamento e projetos de longo prazo”, disse.

Medicamentos oncológicos

Na sequência, o deputado federal Dr. Frederico moderou o painel “Incorporação de novas tecnologias e medicamentos”, que também contou com a presença do presidente da SBOC entre os palestrantes.

Dr. Carlos Gil enfatizou que a SBOC e seus membros acreditam que a entidade deve servir como referência técnica no processo de incorporação de medicamentos. “Para isso, nós nos qualificamos nos últimos anos. Temos um código de conduta rígido, para que tenhamos legitimidade para participar do processo”, comentou.

Ele também ressaltou o fortalecimento dos Comitês SBOC, que reúnem grupos de associados focados em diversas subespecialidades. “O objetivo dos Comitês é gerar aquilo que é um dos grandes orgulhos da Sociedade: as diretrizes terapêuticas, que têm sido utilizadas como balizamento em várias instâncias do Brasil e são anualmente atualizadas.” 

O oncologista clínico definiu, ainda, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) como um grande avanço na saúde brasileira. “Nesses 12 anos, ela amadureceu. E sempre há espaço para otimização e melhorias, por exemplo, como fazer a tecnologia passível de incorporação chegar na ponta? É com esses critérios que viabilizam a incorporação que a SBOC se coloca à disposição para contribuir”, completou.

Durante este último dia de Seminário, também estiveram presentes os deputados Leo Prates, Silvia Cristina e Luis Carlos Motta; o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas; a representante da Associação Médica Brasileira (AMB) Dra. Miyuki Goto; o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Dr. Rodrigo Pinheiro, entre outros.

As gravações desta quarta-feira podem ser acessadas na íntegra aqui (parte 1) e aqui (parte 2).

Ontem, participaram do Seminário a presidente eleita da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, e o membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Dr. Igor Morbeck.