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Presidente Eleita da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho discute diagnóstico e tratamento do câncer em Fórum Intersetorial
Representando a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Presidente Eleita da instituição, Dra. Anelisa Coutinho, participou nesta sexta-feira, 24 de fevereiro, do webinar “Câncer: como melhorar diagnóstico e tratamento agora”, organizado pelo FórumDCNTs, grupo intersetorial que combate as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) no Brasil.
Entre os objetivos do evento, destacam-se: identificar os principais desafios para prevenção e tratamento de qualidade do câncer no país; entender os planos de enfrentamento da doença nos próximos quatro anos; e reunir esforços intersetoriais para melhorar sistemas e otimizar políticas de prevenção, diagnóstico e tratamento de neoplasias.
“O câncer é uma das condições crônicas não-transmissíveis que mais causa mortes no Brasil, preocupando os gestores e a população como um todo. Nós, do FórumDCNTs, debatemos especialmente as mortes prematuras, abaixo dos 70 anos, que muitas vezes poderiam ser reduzidas com diagnósticos feitos de forma oportuna”, introduziu Mark Barone, coordenador do evento.
Em sua fala, Dra. Anelisa comentou sobre a efetividade das legislações que impõem celeridade para o diagnóstico e tratamento do câncer no país. Ela iniciou lembrando que mais importante do que a existência das normas, porém, são as ferramentas para monitorá-las e saber como estão sendo efetivadas.
“A Lei 12.732/12 assegura aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o início do tratamento de câncer em até 60 dias a partir do diagnóstico – representado, na maioria das vezes, por um laudo anatopatológico. Esse já é um primeiro impacto de dificuldade, pois muitas vezes o maior atraso e perda de tempo se dá justamente antes do diagnóstico, na busca por acesso aos exames”, explicou.
A oncologista clínica também discutiu os aspectos da Lei 13.869/19, que assegura a pacientes do SUS com suspeita de câncer o direito à realização de exames no prazo de 30 dias. “Essa lei é ainda mais difícil de monitorar. Onde estão esses pacientes? Em uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento]? Em um posto de saúde? Precisamos encontrá-los para eles terem acesso aos exames”, comentou.
Evidenciando as barreiras que as leis encontram para ser executadas, a Presidente Eleita da SBOC mostrou dados do Painel Oncologia Brasil que apontam que, entre 2013 e 2017, a maioria dos pacientes diagnosticados com câncer no Brasil teve o seu tratamento iniciado em um período superior ao de 60 dias. Por outro lado, ela também lembrou que as autoridades estão se movimentando para tentar mitigar os problemas, com a criação de protocolos para saber quem são os pacientes em alta suspeição de câncer.
Encerrando, Dra. Anelisa reforçou a importância também do diagnóstico precoce. “Às vezes, não contamos com 60 dias de espera, mas com seis meses de um paciente com sintomas e suspeitas de câncer, sem acesso”, observa. “Precisamos de melhor monitorização de redes e da difusão de protocolos de prevenção e detecção precoce, com centros que possam captar e funcionar como locais de referência para esses pacientes, para que cheguem no diagnóstico no tempo mais breve possível”, acrescenta.
Também participaram do evento: Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia; Dra. Luana Lima, da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale); Dr. Aristides Vitorino de Oliveira Neto, do Ministério da Saúde; Eduardo Macário, da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, Dr. Sérgio Serrano, do Hospital de Amor de Barretos; e Antônio Silva, da Roche. Confira a íntegra do debate clicando aqui.