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Programa SBOC de Mentoria Virtual para Residentes: histórias de aprendizado
Separadas por 2.500 km de distância e realidades distintas no enfrentamento do câncer, as residentes em Oncologia Camila Bragança Xavier (31 anos) e Lidyanne Guimarães (36 anos), têm vivido uma experiência que pode ser decisiva nas suas escolhas como futuras oncologistas clínicas: ambas foram selecionadas para o Programa SBOC de Mentoria Virtual para Residentes.
Oferecendo aos participantes aconselhamento gratuito, ao longo de um ano, por alguns dos principais especialistas da área, a Mentoria Virtual da SBOC discute meios para ultrapassar as dificuldades enfrentadas durante a residência e o início da profissão e para estabelecer um equilíbrio saudável entre vida profissional e familiar. Os encontros são mensais e têm a duração de uma hora – período em que os mentores auxiliarão os residentes a alcançarem metas traçadas em conjunto, de acordo com os objetivos discutidos.
Mineira de Belo Horizonte, Camila é residente no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo; já Lidyanne nasceu, cresceu e faz residência em Recife, no Real Hospital Português. Em comum, as duas têm a paixão pela oncologia e o desejo de se aprofundar nas possibilidades de carreira que começam a se apresentar.
Seu ídolo como mentor
“Desde que tomei a decisão de me tornar oncologista tem sido um desafio: a oncologia exige muito da pessoa tanto emocionalmente quanto intelectualmente, e você precisa estar atualizado para acertar o melhor tratamento para o seu paciente, seja ele do SUS, da saúde suplementar ou da rede particular. É bom se sentir acompanhada nessa jornada”, diz Lidyanne Guimarães.
A oncologia não entrou na vida de Lidyanne tão rápido e, menos ainda, fortuitamente. Graduada há quase uma década, apenas há três anos ela se decidiu pela residência oncológica – “por motivos pessoais”, conta. Quando soube da mentoria oferecida pela SBOC, divulgada pelos seus preceptores num grupo de mensagens, não teve dúvidas. “Quis participar de cara. É um privilégio ter um oncologista experiente orientando um residente e o ajudando na estruturação da sua carreira, oferecendo um norte para que ele se torne um profissional qualificado no que ele se propuser a fazer, seja na assistência, na pesquisa, na administração e, assim, ajudando também na estruturação da oncologia nos diversos locais do Brasil”, comemora.
Outro privilégio, conta Lidyanne, é ter como mentora um ídolo seu: a Dra. Angélica Nogueira, da Diretoria da SBOC. “Eu já a conhecia pelo seu trabalho no Grupo EVA (Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos) e não vou negar que fiquei um pouco nervosa antes da primeira reunião. Mas foi incrível desde o começo! É muito importante pra mim ter uma pessoa com a expertise da Dra. Angélica. É algo pelo que agradeço cada vez que lembro que entrei para o programa.”
Terreno seguro
Sempre próxima da SBOC, a mineira Camila Bragança Xavier soube da mentoria por meio dos boletins da entidade por e-mail. “Participar do programa me pareceu atrativo pela oportunidade de conhecer um mentor que atuasse em um ambiente diferente do qual estou inserida e com quem eu pudesse trocar experiências”, diz. Em poucas semanas ela estava em reuniões virtuais com Dr. Lucianno Santos, oncologista clínico da Acreditar – Oncologia D’Or, em Brasília (DF) e ex-diretor da SBOC.
“As reuniões têm sido muito proveitosas. Nos últimos dois meses tivemos a oportunidade de discutir sobre os avanços esperados na prática da oncologia clínica para os próximos anos e como devemos nos preparar para esse novo cenário”, conta, destacando que as conversas vão além do conhecimento científico oncológico. “Conversamos também sobre técnicas de comunicação e outros conhecimentos importante para o desenvolvimento profissional.”
Camila queria ser médica desde criança, mas a decisão pela Oncologia nem sempre foi clara. “Durante a faculdade tive muitas dúvidas em relação à escolha da especialidade, mas quando ingressei na residência de Clínica Médica em um serviço de referência em Oncologia de Minas Gerais tive um contato muito frutífero com os pacientes oncológicos e, finalmente, decidi pela Oncologia Clínica.” Agora, comemora a mentoria como uma oportunidade de caminhar por terrenos mais seguros. “Ter um programa de mentoria desde os primeiros anos da formação médica é muito útil para auxiliar na construção de um plano de carreira”, acredita.
Intercâmbio de gerações
Para a presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, a mentoria representa o cuidado da entidade com o desenvolvimento da oncologia clínica brasileira. “O residente que se associa à SBOC pode contar com nosso acolhimento para que se desenvolva plenamente, profissionalmente e como indivíduo. É o que buscamos com todos os programas e benefícios oferecidos a essa categoria, em especial com a mentoria, que aproxima o futuro oncologista clínico daqueles cuja experiência contribui para consolidar a área.”
Entre os mentores estão grandes nomes da história da oncologia nacional, como Dr. Sergio Simon, ex-presidente da SBOC (2017-2019). “Tem sido uma experiência enriquecedora tanto para o residente como para seu mentor, uma oportunidade de contribuir para o diálogo entre gerações e a construção de uma nova geração de oncologistas clínicos”, destaca.
Para o também ex-presidente da SBOC (2015-2017) e mentor do programa Dr. Gustavo Fernandes, “uma mentoria pode ser um divisor de águas na vida profissional do futuro oncologista clínico, pois os caminhos a serem trilhados nessa área são muito e nem sempre tranquilos. O apoio de alguém com estrada e reconhecimento em sua atuação pode fazer a diferença”.
As atividades são pautadas pelo Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica (PROC), desenvolvido pela SBOC para fomentar a formação e a educação continuada dos oncologistas clínicos brasileiros.
Saiba mais sobre o Programa SBOC de Mentoria Virtual para Residentes.