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Propostas da SBOC para acesso ao tratamento oncológico são aprovadas na Conferência Nacional de Saúde

Propostas da SBOC para acesso ao tratamento oncológico são aprovadas na Conferência Nacional de Saúde

Mais de 6 mil representantes da sociedade civil, entidades, fóruns regionais, movimentos e organizações sociais se reuniram de 2 a 5 de junho, em Brasília (DF), para a 17ª Conferência Nacional da Saúde. Realizado a cada quatro anos, o evento tem como objetivo debater e construir conjuntamente as políticas públicas e propostas que irão nortear as ações e decisões do Governo Federal para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Após promover a 1ª Conferência Livre de Oncologia Clínica, que possibilitou a deliberação de uma proposta coletiva de acesso a antineoplásicos no SUS, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) esteve representada no evento em Brasília por sua diretora-executiva, Dra. Marisa Madi, que acompanhou de perto as discussões e a inclusão das principais sugestões da SBOC ao relatório final da Conferência.

A primeira intervenção da Sociedade foi o envio de uma diretriz, que defende viabilizar o acesso universal, integral, em tempo oportuno de forma humanizada de modo a reduzir a iniquidade e o atraso efetivo dos pacientes aos tratamentos antineoplásicos incorporados no Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, a entidade enviou uma proposta recomendando a compra centralizada de antineoplásicos quando há apenas um fabricante para tratamentos de até um ano; ou que o Ministério da Saúde garanta um lastro de renumeração e fiscalização em casos de compra descentralizada, com regras de financiamento estabelecidas em conjunto com a Comissão Intergestores Tripartite.

“A Conferência foi um importante processo de discussão. Um caminho oficial para nos manifestarmos e colocarmos questões importantes para a oncologia clínica no SUS. Além de registrarmos no relatório a nossa preocupação com o acesso a tratamentos, falamos também de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos. Todas as propostas vão ser consideradas no Plano Nacional de Saúde nos próximos anos e é muito significativo ter diretrizes da oncologia incluídas”, comentou Dra. Marisa Madi.

Conforme destacou o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, a Conferência Nacional da Saúde é o final de um processo amplo e nacional que envolve mais de dois milhões de brasileiros. “Quem participa [em Brasília] são pessoas eleitas delegadas nos diversos espaços de possibilidades de opinarem e debaterem propostas. E não são só pessoas, elas vêm representar propostas e diretrizes que foram aprovadas nas conferências”, afirmou.

Moção de grupo da oncologia é aprovada
Além do envio de propostas e diretrizes, a SBOC esteve envolvida em uma discussão ampla sobre a oncologia ao lado de outras entidades. Estiveram na iniciativa representantes das Associações Brasileiras de Linfoma e Leucemia (Abrale) e de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG), do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, do Oncoguia e da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Em conjunto, as entidades propuseram uma moção solicitando a atualização do modelo de cuidados à pessoa com câncer para garantir não somente o acesso ao tratamento, mas a prevenção, os cuidados paliativos e a melhoria da atenção oncológica no SUS de maneira geral.

O documento recebeu mais de 400 assinaturas e foi aprovado. Dessa forma, as sugestões e reivindicações do grupo de entidades serão encaminhadas à ministra da Saúde e ao coordenador-geral da Política de Combate ao Câncer e ao secretário de Atenção Especializada da pasta, além do Congresso Nacional.