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SBOC faz alerta sobre impactos negativos do uso do cigarro eletrônico durante o Carnaval
Períodos de festa, como o Carnaval, tendem a ser mais propícios para o consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os jovens. Nos últimos anos, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) se tornaram mais comum nessa população, o que motivou a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) a fazer um alerta sobre os impactos negativos causados por tais produtos.
De acordo com pesquisa apresentada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), mais de dois milhões de brasileiros afirmaram ter usado os DEFs com o objetivo de deixar o cigarro tradicional, e outros seis milhões de pessoas fumantes disseram já ter experimentado o cigarro eletrônico em algum momento.
Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação e a comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil, o que torna o produto ilegal no país. De acordo com o estudo Risco de iniciação ao tabagismo com o uso de cigarros eletrônicos: revisão sistemática e meta-análise, conduzido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e publicado em 2022, o uso de cigarros eletrônicos aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro tradicional.
Além de servir como uma porta de entrada para o consumo de tabaco, o coordenador do Comitê de Tumores Torácicos da SBOC e oncologista clínico, Dr. William Nassib William Junior, alerta sobre a presença de nicotina nos dispositivos, considerada uma substância altamente viciante: “Além de não ser um método seguro para quem quer parar de fumar, os cigarros eletrônicos também causam dependência e outros problemas de saúde”, comenta.
Segundo o especialista, diversas pesquisas demonstram que o uso de tais dispositivos está associado ao risco aumentado para doenças pulmonares e cardiovasculares, exacerbação de asma, tosse, dispneia e inflamações pulmonares perigosas.
Dr. William esclarece que até o momento não existe ligação comprovada entre o uso de cigarros eletrônicos e o desenvolvimento de câncer porque o hábito ainda é recente, portanto, não houve tempo suficiente para os estudos detectarem esta relação. No entanto, o fato de não haver essa comprovação não significa que ela não exista. O especialista explica que no caso do cigarro tradicional foram necessárias décadas de estudos e a morte de milhares de pessoas por câncer antes que esta associação fosse estabelecida.
Ele ainda destaca que diversas substâncias presentes nos dispositivos são conhecidas por serem cancerígenas. “Embora a quantidade dessas substâncias seja aparentemente menor em comparação com os cigarros tradicionais, isso não significa que os cigarros eletrônicos sejam seguros”, enfatiza o oncologista.