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SBOC intensifica diálogos com Legislativo para avanços em políticas de controle do câncer de mama

SBOC intensifica diálogos com Legislativo para avanços em políticas de controle do câncer de mama

O último Outubro Rosa, encerrado ontem (31), foi marcado por uma série de diálogos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) com o poder público, em audiências realizadas por diversas comissões da Câmara dos Deputados e do Senado Federal com lideranças da entidade. Na pauta, políticas públicas para o controle do câncer de mama em todo o território nacional e melhorias no acesso ao diagnóstico precoce e a tratamentos.

As discussões foram iniciadas por uma audiência pública na Câmara. O tema, “As consequências da pandemia para o diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de útero no Brasil”, foi debatido com a presença da Dra. Daniele Xavier Assad, do Comitê de Tumores Mamários da SBOC, que reforçou que o surgimento do novo coronavírus ampliou ainda mais a desigualdade do acesso de pacientes ao cuidado oncológico em todo o país.

“A literatura científica dos últimos dois anos já mostrava que a cobertura de mamografias no Brasil caíra 42%; então, algo que já vinha piorando, agora se agravou ainda mais com a dificuldade de acesso imposta pela pandemia”, lamenta. “Não só a realização de mamografias Brasil adentro, mas também a de biópsias, gerando um efeito em cadeia que representa, pelo menos, mais de quatro mil casos que não foram diagnosticados, mas que estão aí, precisando de cuidado – e que, quando forem descobertos, já estarão com a doença avançada.”

A audiência foi promovida pela Secretaria da Mulher, em conjunto com a Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil e as comissões de Defesa dos Direitos da Mulher e de Seguridade Social e Família, todas da Câmara dos Deputados. Além da Dra. Daniele Assad, participaram Dr. Arn Migowski Rocha dos Santos, chefe da Divisão de Detecção Precoce de Câncer e Apoio à Organização de Rede do Instituto Nacional do Câncer (INCA); Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia; e Maria Doralice Foching, paciente oncológica do SUS. A reunião foi proposta pelo deputado Dr. Frederico (Patriota-MG) e pelas deputadas Carmen Zanotto (Cidadania-SC), Tereza Nelma (PSDB-AL), Dra. Soraya Manato (PSL-ES), Silvia Cristina (PDT-RO) e Elcione Barbalho (MDB-PA), todos presentes.

A convite da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado, a presidente da SBOC, Dra. Clarissa Mathias, debateu com os senadores inovações tecnológicas na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama. A audiência foi convocada pelo senador Rodrigo Cunha (PSDB/AL). “Todas essas iniciativas do poder público que contaram com a participação da SBOC reforçam a credibilidade da entidade junto àqueles que tomam as decisões que sobre o destino dos nossos pacientes no SUS, na saúde suplementar e mesmo na rede particular. A SBOC abraça, com cada uma dessas frentes de diálogo abertas ao longo dos seus recém-completos 40 anos, seu papel de intermediadora dos interesses da oncologia clínica nacional – que, em última e mais importante instância, são os interesses do paciente oncológico e de toda a população”, destaca a líder da SBOC.

Dr. Bruno Pacheco, membro da Diretoria SBOC e coordenador do Comitê de Tumores Mamários da entidade, participou de uma sessão especial do Senado em comemoração ao Dia Internacional de Combate ao Câncer de Mama, 19 de outubro. O oncologista falou de sua experiência pessoal para ilustrar o drama de muitas pacientes ao redor do Brasil. “Ainda temos um parâmetro nacional muito baixo de rastreamento e para nós, que atendemos no dia a dia, testemunhar a quantidade de casos de pacientes jovens diagnosticadas com uma doença avançada justamente por não ter feito nenhum exame, nenhuma atenção, nem mesmo a básica, é dramático”, lamenta. “Eu diria que estou exausto de ver pacientes entre 40 e 50 anos com doenças extremamente avançadas e que a gente não consegue diagnosticar precocemente”, pontuou, ao defender o desenvolvimento de estratégias e investimentos em diagnóstico precoce.

Dr. Gilberto Amorim, também do Comitê de Tumores Mamários da SBOC, representou a entidade em sessão solene do Senado sobre o mesmo tema. Na ocasião, o oncologista relembrou para a necessidade de políticas que vão além da conscientização. “Claro que alertar a população sobre a importância do câncer de mama e do diagnóstico precoce é fundamental, mas as nossas brasileiras têm tido dificuldades de acesso que infelizmente só estão piorando nos últimos tempos – e que, com a pandemia, obviamente ficaram ainda mais cruéis. Pedimos que o Congresso Nacional realmente cobre ações não só da sociedade civil organizada, mas dos tomadores de decisão, para que de fato as pacientes possam retomar as suas consultas e seus exames de rotina”, defendeu.