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SBOC reforça campanha pela vacinação contra o HPV

SBOC reforça campanha pela vacinação contra o HPV

Informar a população sobre a segurança e a eficácia da vacina contra o HPV é o objetivo da campanha Onda Contra Câncer, realizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que recebe, em sua segunda edição, o apoio da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Também apoiam a campanha, veiculada na internet, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o laboratório farmacêutico MSD. “Acreditamos que nosso apoio pode ajudar a chamar atenção para o fato de que esta é uma vacina que previne alguns tipos de câncer, principalmente, o do colo do útero, vencendo a resistência das pessoas”, diz Dr. Claudio Ferrari, oncologista e secretário de Comunicação Social da SBOC.

A vacina quadrivalente (eficaz contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV) foi aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA) em 2006. No ano seguinte, começou a ser aplicada no Brasil em clínicas particulares. O Ministério da Saúde incluiu a vacina no calendário do Programa Nacional de Imunizações a partir de 2014. Na primeira etapa daquele ano, quase todas as 5 milhões de doses disponíveis foram aplicadas em meninas de 11 a 13. Na segunda, o índice caiu para 60%.

Campanha ressalta segurança

Uma das causas para essa diminuição entre as etapas foi a divulgação de suspeitas de reação adversas importantes ao produto. Em Bertioga, no litoral de São Paulo, por exemplo, um grupo de meninas relatou dor de cabeça e fraqueza nas pernas e o caso ganhou repercussão. “O Ministério da Saúde acompanhou os casos, fez todos os testes e o diagnóstico foi de que houve estresse pós-vacinação, algo que não é incomum”, afirma Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. “Esta campanha encabeçada por sociedades médicas é muito bem-vinda porque ajuda a derrubar mitos e inseguranças sobre a vacina”, completa.

Em todo mundo, segundo a Dra. Lessandra Michelin, coordenadora do Comitê Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), já foram aplicadas mais de 180 milhões de doses da vacina com segurança. “Nos Estados Unidos, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) avaliou cerca de 22 mil eventos adversos temporalmente relacionados à vacinação, após a administração de mais de 67 milhões de doses, correspondendo a uma incidência de 0,03%”, explica. “Os eventos adversos mais frequentemente relacionados a essa vacina são os comuns a outras vacinas: reações locais (dor, inchaço e vermelhidão), cefaleia e febre em menor incidência”, enumera.

Na primeira etapa, em 2014, o Ministério da Saúde contou com um reforço importante: a aplicação da vacina nas escolas. “O Ministério da Saúde adquire as doses e as distribui, mas são os estados que decidem como farão a vacinação – se somente nas unidades de saúde ou também nas escolas. É feita uma recomendação para que as escolas sejam incluídas, mas não é algo impositivo”, explica Carla Domingues.

Segundo a Dra. Isabella Ballalai, presidente da SBIm, a campanha Onda Contra Câncer foi pensada tanto para ressaltar a segurança e a eficácia da imunização contra o HPV, quanto para chamar as adolescentes às unidades de saúde, já que as escolas deixaram de participar da vacinação. “Há uma dificuldade de levar o adolescente para a sala de vacinação. Mas já vimos resultados com a nossa campanha. Quando ela foi lançada, em 2015, a adesão à vacinação estava em 50%. Dois meses depois, subiu para 80%”, diz Dra. Isabella.

Foco também nos meninos

A campanha Onda Contra Câncer quer atingir também outros públicos. “Queremos conversar com os meninos e os homens e mulheres que estão excluídos da vacinação gratuita. O HPV causa 99,97% dos casos de câncer do colo do útero e também pode provocar câncer de vulva, vagina, ânus e boca, além de verrugas genitais. Não podemos ignorar uma ferramenta tão importante para prevenção”, diz Dra. Isabella. Desde o ano passado, o Programa Nacional de Imunizações inclui na vacinação gratuita meninas de 9 e 10 anos e meninas e mulheres de 9 a 26 anos com HIV. Segundo Dra. Isabella, o governo já começa a discutir a possibilidade de vacinar também os meninos contra o HPV. “Está previsto no Código de Ética médica que temos de informar o paciente sobre o que pode beneficiar a sua saúde, e manter a população informada é uma estratégia que pode sensibilizar o Programa Nacional de Imunizações para que inclua os meninos”, diz Dra. Isabella.

Entre as informações relevantes a serem passadas pelos médicos à população está também a explicação sobre a diferença de doses oferecidas pelo Ministério da Saúde (duas doses para as meninas de 9 a 13 anos e três para meninas e mulheres de 9 a 26 com HIV) e o recomendado pelas sociedades médicas (três doses). “Na faixa etária dos 9 aos 13 anos, os estudos demonstram que a resposta imunológica é melhor e a produção de anticorpos com duas doses é suficiente para proteger. Como medida de saúde pública, consegue atingir o público em que a vacina é mais eficaz”, diz Dra. Lessandra. “Na rede privada, devemos informar que a recomendação permanece de três doses para meninas a partir dos 9 anos. Para meninos e jovens, entre 9 e 26 anos ou a critério médico a partir dos 26”, ressalta.

Meninas de 9 e 10 anos

As sociedades médicas também querem vencer a resistência de pais e mães sobre a vacinação de meninas de 9 e 10 anos. “Precisamos destacar que a vacina é profilática e deve ser aplicada bem antes das meninas correrem o risco de adquirir o vírus, o que geralmente ocorre na adolescência. O pediatra tem um papel importante de tirar as dúvidas dos pais e divulgar o impacto que os programas de vacinação tiveram no mundo”, afirma o Dr. Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Para o Dr. Claudio Ferrari, informar a população é o caminho para desfazer a associação negativa que alguns pais e mães fazem entre a vacina contra o HPV e a questão sexual. “Se as sociedades médicas tiverem uma participação mais efetiva, contribuirão para que a vacinação das meninas e também dos meninos contra o HPV se torne algo natural, como ocorre hoje com a imunização contra a hepatite B, que também é transmitida sexualmente, mas não suscita questionamentos”, diz. “Por entender a importância dessa campanha para desvendar mitos e medos sobre essa vacina, que permitiria uma maior proteção de toda a população, convidamos todos os oncologistas brasileiros a participar”, finaliza.

• Visite o site da campanha Onda Contra Câncer


Julho Verde

Desde 2014, a International Federation of Head and Neck Oncologic Societies (IFHNOS) instituiu o dia 27 de julho como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. No Brasil, a campanha pela prevenção contra esse tipo de câncer é desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) que, além da data, faz ações de conscientização da população durante todo o mês de julho. O objetivo é alertar para os fatores de risco da doença, principalmente o álcool e o cigarro. Mas a campanha também lembra que o HPV está relacionado ao desenvolvimento do câncer de boca e faringe.

Segundo o CDC, por exemplo, 72% dos casos de câncer de orofaringe estão relacionados ao HPV. “Como o HPV causa grande parte dos casos do colo do câncer do colo do útero, entendemos que este seja o maior problema de saúde pública, mas temos de informar a população sobre os riscos do desenvolvimento de câncer de boca e faringe em homens e mulheres”, diz Ferrari.