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Setembro Verde: aumento de diagnósticos de câncer de intestino entre população mais jovem preocupa especialistas

Setembro Verde: aumento de diagnósticos de câncer de intestino entre população mais jovem preocupa especialistas

Além dos tumores ginecológicos, o mês de setembro é dedicado a conscientização sobre o câncer de intestino. A campanha Setembro Verde tem como objetivo levar à população informações sobre rastreamento, diagnóstico precoce e prevenção neste tema. No cenário brasileiro, o câncer de intestino é o segundo mais comum entre homens e mulheres. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), somente em 2023, serão diagnosticados mais de 45 mil novos casos da doença em todo o país.

Embora a prevalência dos casos ocorra em pessoas acima dos 50 anos, existe uma percepção dos especialistas e evidências científicas confirmando o aumento de casos de câncer de intestino na população mais jovem.

Dra. Maria Ignez Braghiroli, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), percebe esse aumento de diagnósticos no consultório, ainda que, até o momento, não existam dados que apontem para uma causa mais especifica. “A crescente incidência entre os mais jovens tem sido tema de discussão frequente em congressos de oncologia, e embora ainda não haja uma resposta definitiva quanto aos fatores desencadeantes, diversos aspectos podem estar contribuindo para essa tendência. Acredita-se que os hábitos de vida, incluindo dieta, obesidade e outros fatores relacionados ao estilo de vida, desempenhem um papel importante nesse aumento entre os mais jovens”, enfatiza a oncologista.

Os exames de rastreamento são importantes porque quanto mais cedo o câncer é diagnosticado, maiores são as chances de cura do paciente. “Existem exames de rastreamento disponíveis para detectar o câncer de intestino, com destaque para o teste do sangue oculto nas fezes, um exame acessível que busca vestígios de sangue. Outro exame importante é a colonoscopia, realizado com o paciente sedado, durante o qual o médico inspeciona o interior do intestino por meio de uma microcâmera, garantindo uma avaliação detalhada, com este exame é possível fazer o diagnóstico através da biópsia”, explica a especialista.

A frequência do rastreamento pode variar de acordo com os resultados dos exames, podendo ser realizado a cada dois anos, conforme orientação médica. No entanto, em casos de predisposição genética, é recomendado que o rastreamento seja conduzido anualmente. Essa adaptação da periodicidade dos exames é fundamental para garantir a saúde e a detecção precoce de possíveis problemas.

Sintomas

Esta é uma doença silenciosa, muitas vezes passando despercebida, pois os primeiros sinais, como alterações intestinais, tendem a ser subestimados. “Um exemplo comum é quando alguém que anteriormente tinha constipação agora experimenta uma frequência maior de movimentos intestinais soltos, ou quando alguém que tinha evacuações regulares diárias passa a tê-las a cada seis dias, por exemplo. No entanto, é crucial observar que esses sintomas devem ser considerados preocupantes quando se tornam recorrentes e não são esporádicos”, pontua Dra. Maria Ignez.

Além disso, outros sintomas a serem observados incluem perda de peso inexplicada, inchaço abdominal e a presença de sangue nas fezes. Mas, é importante notar que nem todos os tipos de tumores causam sangramento nas fezes, e isso geralmente ocorre em estágios avançados da doença. A anemia também pode ser um sinal indicativo de câncer colorretal.

Tratamento

O tratamento do câncer colorretal é altamente personalizado, adaptando-se à situação específica de cada paciente. Quando o tumor está localizado no intestino, a abordagem inicial envolve geralmente uma cirurgia. Se o câncer já tiver se espalhado para além do intestino, é necessária uma avaliação detalhada pelo oncologista para determinar se a cirurgia ainda é necessária ou se o tratamento deve começar com quimioterapia.

Essa decisão é altamente individualizada e depende das características do paciente e do estágio da doença. No caso de tumores no reto, a radioterapia é frequentemente uma opção recomendada, juntamente com outras abordagens descritas acima.

Para pacientes que não são candidatos à cirurgia, o tratamento do tumor muitas vezes envolve sessões intermitentes de quimioterapia que deve ser adaptada a características moleculares avaliadas nos tumores.

Prevenção

Dra. Maria Ignez destaca que a incidência do câncer colorretal está diretamente associada ao estilo de vida, por isso, entre os pilares da prevenção está a mudança de hábitos alimentares. Isso inclui a redução do consumo de carnes processadas e vermelhas, alimentos ultraprocessados, a inclusão de uma dieta rica em fibras e a manutenção de um peso adequado para a idade e estatura.

Além disso, a oncologista clínica ressalta que é necessário incorporar atividades físicas à rotina e evitar sempre o consumo de cigarro e álcool.