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Tem gente nova no pedaço da Oncogenética
Pelo segundo ano consecutivo, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) promoveu o Oncogenética em Foco – Programa Internacional para Residentes. Os quatro médicos voltaram de Chicago impressionados com a amplitude dessa nova área de conhecimento e a profundidade das discussões durante as atividades propostas. A experiência começou com o Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2018) e teve continuidade com um preceptorship no Center for Clinical Cancer Genetics da Universidade de Chicago, no início de junho.
“O Congresso é sensacional; reúne pessoas do mundo inteiro”, destaca a Dra. Katia Regina Marchetti, R3 no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). “Oportunidade única de contato com os projetos mais atuais e os líderes mundiais”, descreve o Dr. Lucas Ferreira Sant’Ana, R3 no AC Camargo Cancer Center. As atividades durante o evento foram preparadas pelo coordenador do Programa, Dr. Rodrigo Guidalini, como preparação para o preceptorship. “Foi um embasamento importante para o que estava por vir”, confirma o Dr. Fernando Augusto Batista Campos, também residente do terceiro ano no AC Camargo.
Ainda durante o ASCO 2018, os selecionados reuniram-se com grandes nomes da Oncologia brasileira: Dr. Sergio D. Simon, presidente da Sociedade; Dr. Gustavo Fernandes, vice-presidente de Relações Nacionais e Internacionais da SBOC; e Dr. José Bines, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. “É muito positivo conhecer a experiência de quem já está na especialidade e tem trajetórias diversas e vencedoras”, pontua a Dra. Kátia. “Tivemos uma noção muito boa de como encarar esse início de carreira, como nos portar diante das possibilidades e manter nossos objetivos em pé”, completa o Dr. Fernando.
Aprofundamento
Para o Dr. Guilherme Harada, também residente do terceiro ano no Icesp, o preceptorship na Universidade de Chicago superou as expectativas. “A Oncogenética é uma porta que se abre à nossa frente. Com certeza, o Programa da SBOC nos estimulou a estudar mais e nos capacitou para uma análise crítica e multiangular das informações dentro dessa nova área de atuação”, afirma. “A sensação é de que é um campo muito maior do que imaginávamos. O preceptorship nos propiciou mais familiaridade inclusive com o linguajar da Oncogenética, com a interpretação dos exames”, completa a representante feminina do grupo.
Cada momento dos residentes na instituição foi planejado com antecedência pela equipe da SBOC e pelo Dr. Rodrigo Guindalini, que havia sido visiting scholar do Center for Clinical Cancer Genetics da Universidade de Chicago em 2012 e 2013. “Nossos colegas de lá são muito solicitados e é um período intenso pós-ASCO, por isso nos organizamos antes para tê-los à disposição e eles foram, mais uma vez, extremamente receptivos”, conta Guindalini. O resultado foi concreto para os residentes: “Um programa detalhado, feito para nós”, define o Dr. Lucas. “Tudo muito produtivo do ponto de vista técnico e científico e do contato com os profissionais especializados.”
Nesta edição do Programa, os journal clubs do preceptorship foram aprofundados com discussões por tópicos, o que levou à inclusão de mais de um artigo científico por sessão. “Dentro da universidade, expusemos os residentes aos diferenciais de um centro de Oncogenética já com muita experiência”, narra Guindalini. “Demos ênfase à característica de multidisciplinaridade da Oncogenética; os residentes conheceram desde aconselhadores genéticos até o pessoas do laboratório de pesquisa e de análises clínicas, passando por profissionais de TI que desenvolvem softwares para facilitar o trabalho de toda a equipe.”
Trajetórias
A Dra. Funmi Olopade, reitora de Global Health da Universidade de Chicago, conversou por uma hora e meia com o grupo da SBOC logo no primeiro dia. Referência mundial em Oncogenética, a pesquisadora deu detalhes de seus primeiros passos como médica nigeriana e das decisões-chave que a tornaram uma das pioneiras na área em um concorrido meio como a medicina e a ciência dos Estados Unidos. “Ela instigou nossos residentes sobre o que eles vislumbram para suas carreiras e como podem atingir nível de excelência”, compartilha o Dr. Rodrigo Guindalini, também fundador e coordenador do Centro de Genética e Prevenção do Câncer do Grupo CAM, na Bahia. “É um grande privilégio para o Brasil, para a SBOC e para os participantes termos essa oportunidade de realizar o preceptorship de forma tão especial”, ressalta.
“Os avanços tanto em prevenção quanto na personalização dos tratamentos farão com que todos os oncologistas lidem com Oncogenética; ao participar do preceptorship, estamos um passo à frente”, observa a Dra. Katia. Por sua vez, o Dr. Lucas e o Dr. Fernando estão decididos pela Oncogenética. “Já me interessava pela área antes. A experiência em Chicago serviu para consolidar ainda mais o desejo de vê-la crescer e de crescer com ela”, diz o primeiro, enquanto o segundo já está procurando um mestrado com esse enfoque. O Dr. Guilherme também está empolgado com o impacto da Oncogenética nos tratamentos e na qualidade de vida dos pacientes oncológicos.
Os selecionados elogiaram bastante o Programa como um todo. “A SBOC tenta abraçar os futuros oncologistas desde o início, o que é fundamental porque uma Sociedade forte tem mais condições de defender a Oncologia e o melhor para os nossos pacientes do SUS e da saúde suplementar”, resume o Dr. Fernando.
“A SBOC considera que os residentes têm grande potencial de inovação nos serviços onde atuam. Sendo assim, é muito importante apresentar a eles o modelo de trabalho da Oncogenética e fomentar o interesse por essa área nova e já tão fundamental”, explica a diretora executiva da SBOC, Dra. Cinthya Sternberg. Embora exista uma grande demanda hoje em dia para a Oncogenética, segundo a diretora, ainda há pouco contato durante o treinamento como oncologista. “O programa visa justamente chamar a atenção para a Oncogenética e incentivar os participantes a considerarem como uma área de atuação no futuro”, conclui.
Renan Clara, Lucas Ferreira Sant’Ana, Fernando Augusto Batista Campos, Sergio D. Simon, Katia Regina Marchetti e Guilherme Harada
Cinthya Sternber, Katia Regina Marchetti, Lucas Ferreira Sant’Ana, Fernando Augusto Batista Campos, Guilherme Harada e Gustavo Fernandes