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Tratamento contra câncer de próstata é associado ao Alzheimer

Tratamento contra câncer de próstata é associado ao Alzheimer

Washington, EUA. Os homens que passam por tratamento hormonal por causa de um câncer de próstata correm um risco quase duas vezes maior de desenvolver o mal de Alzheimer que as pessoas que não recebem tal terapia, segundo um estudo norte-americano publicado nesta quarta.

Os cientistas autores da pesquisa não puderam estabelecer nenhuma causalidade definitiva entre a prática hormonal, chamada “Terapia de privação de andrógenos (ADT)”, e o Alzheimer, mas sustentam que a associação encontrada é preocupante e merece continuar sendo estudada.

“Queríamos contribuir para o debate sobre os relativos riscos e as vantagens da ADT, e ninguém havia estudado a associação entre a ADT e a doença de Alzheimer”, explicou Kevin Nead, médico da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, e principal autor do informe.

“Baseando-se nos resultados de nosso estudo, um aumento do risco da doença de Alzheimer pode ser um potencial efeito secundário da terapia de privação de andrógenos, mas ainda precisamos de mais investigações (sobre isso) antes de avaliar se as práticas clínicas devem ser mudadas”, ponderou.

Os resultados foram norteados por duas grandes bases de dados dos históricos clínicos de cerca de 5 milhões de pacientes, dos quais 16.888 receberam tratamento em virtude de um câncer de próstata. Desses, aproximadamente 2.400 foram tratados com a terapia hormonal ADT e receberam o acompanhamento necessário para permitir a análise dos dados, explicou o estudo.

Comparativo. Os pesquisadores compararam os pacientes de ADT com um grupo controle de pessoas com câncer de próstata que não receberam tal terapia e encontraram uma diferença significativa no número de homens que desenvolveram a doença de Alzheimer no início do tratamento com o ADT.

“Os métodos estatísticos mais sofisticados mostraram que a probabilidade de contrair Alzheimer era 88% maior entre os pacientes que receberam ADT durante o período de acompanhamento”, explicou o estudo.

Quanto mais longo foi o período de terapia de privação de andrógenos, mais alto era o risco de desenvolver a doença.

A terapia de privação de diminui a produção dos hormônios masculinos, chamados “andrógenos”, que podem desempenhar um papel importante no crescimento das células da próstata.

A supressão dos andrógenos pode acarretar diversos efeitos secundários, como baixos níveis de testosterona, impotência, diabetes, doenças cardiovasculares e depressão.

Estudos anteriores sugeriram que baixos níveis de testosterona podem debilitar a resistência do cérebro à doença de Alzheimer.

Metodologia

Entre 5 milhões de pacientes, 16 mil receberam tratamento por causa de um câncer de próstata.

Fonte: O Tempo