Tema da reportagem de capa da edição anterior de Oncologia & Oncologistas, o movimento de aproximação entre Sociedades de oncologia da América Latina, intensificado a partir de 2023, agora tem nome: Aliança Latino-Americana de Sociedades de Oncologia Clínica, cuja sigla ALAS remete à palavra “asas” em espanhol, simbolizando liberdade, avanço e elevação.

Criada, entre outros objetivos, para realizar análises epidemiológicas do câncer na região, contribuir com acesso equitativo à prevenção, diagnóstico e tratamento e promover intercâmbios de experiências bem-sucedidas, a ALAS já realizou seu primeiro evento, a 1ª Conferência Latino-Americana de Câncer Digestivo em Adultos Jovens, de 10 e 11 de setembro de 2025, em Punta del Este, Uruguai.

O lançamento oficial da Aliança, porém, será em 7 de novembro, na sessão plenária do XXVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, no Rio de Janeiro (RJ). Além da SBOC, participam do grupo Sociedades de oncologia da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

A SBOC participou da 2ª edição do WEEM Talks (Women Engagement for Equity in Medicine), que neste ano discutiu “Empatia como Estratégia de Cuidado”. A presidente da entidade, Dra. Angélica Nogueira, esteve entre as palestrantes, abordando avanços e desafios da participação feminina na medicina, incluindo temas como diferença salarial, assédio e conciliação entre vida pessoal e profissional.

Ela apresentou dados da pesquisa “Liderança Feminina na Oncologia”, realizada em parceria com o Instituto Datafolha, que evidenciou desigualdades de carreira entre homens e mulheres. Entre as observações do estudo, chamou atenção o fato de que 61% das médicas relataram ter sofrido algum tipo de assédio, contra 23% dos médicos, além da constatação de que a dupla jornada e a dificuldade em equilibrar vida pessoal e profissional seguem como os principais obstáculos para o crescimento na área entre as mulheres.

Dra. Angélica também ressaltou iniciativas da SBOC voltadas à equidade de gênero, como o Comitê de Lideranças Femininas, pesquisas sobre liderança e o projeto Mulheres na Oncologia, que reúne dados e propostas para superar barreiras na carreira médica.

Ao final do encontro, a SBOC foi homenageada com um prêmio pelo seu papel na valorização da ciência, promoção da equidade e fortalecimento de práticas de cuidado centradas em pacientes e profissionais de saúde.

O programa federal Agora Tem Especialistas, voltado à ampliação do acesso a médicos especializados em áreas como oncologia, foi pauta de dois encontros em Brasília (DF) com participação da SBOC. A presidente da Sociedade, Dra. Angélica Nogueira, se reuniu com representantes do Ministério da Saúde para tratar do tema durante a reunião ordinária em 23 de junho, e também em agenda exclusiva sobre o assunto, no dia 3 de julho.

Durante as conversas com o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Dr. Felipe Proença, e o secretário-adjunto, Dr. Jerzey Timóteo, a SBOC reforçou a preocupação com a má distribuição de oncologistas no país. Embora o número total esteja dentro da recomendação da OMS — de dois especialistas por 100 mil habitantes —, a concentração em grandes centros é evidente: segundo a Demografia Médica de 2025, 62% dos profissionais estão nas capitais e apenas 0,2% em cidades com menos de 100 mil habitantes. 

Além de esclarecer que o programa não prevê formação acelerada de especialistas, o Ministério da Saúde detalhou medidas como a contratação de médicos com RQE ou Título de Especialista, bolsas em modelo fellowship de um ano em regiões prioritárias e iniciativas como a ampliação da telessaúde e da rede de diagnóstico do câncer.

Representantes da SBOC e do Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) se reuniram em 10 de junho para discutir o projeto de construção de uma fábrica voltada à produção de medicamentos oncológicos no Brasil. A SBOC será parte do grupo de assessoria da iniciativa, oferecendo apoio técnico especializado ao desenvolvimento da proposta.

A parceria permitirá que a SBOC contribua na definição de medicamentos essenciais com difícil acesso no país e oriente decisões estratégicas voltadas à inovação, e um grupo de trabalho interinstitucional será criado para conduzir as próximas etapas do projeto.

“Essa é uma parceria de extrema importância e nós ficamos satisfeitos em poder oferecer a expertise dos oncologistas clínicos da SBOC para dar subsídios técnicos para o projeto e a operação desta nova fábrica”, afirmou a presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.

O diretor da SBOC, Dr. Cristiano Resende, participou, no dia 17 de março, de reunião no Ministério da Saúde com o coordenador da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, Dr. José Barreto Carvalheira, e apoiou a apresentação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) sobre a incorporação de painel genético para câncer de mama no sistema público.

Em 10 de abril, a presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, participou da primeira reunião do ano do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Câncer (Consinca), quando foram debatidas as principais ações do INCA e da Coordenação-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.

O encontro contou com a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O Ministério da Saúde iniciou, em fevereiro, a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), aprovada em dezembro de 2023. A medida foi oficializada pela Portaria nº 6.590 e, na sequência, complementada pelas Portarias nº 6.591 e nº 6.592, que instituem a Rede de Prevenção e Controle do Câncer (RPCC) e o Programa de Navegação para pessoas com diagnóstico de câncer no SUS.

A nova Política tem como objetivos a diminuição da incidência de diversos tipos de câncer, a garantia de acesso adequado às ações de promoção da saúde, o cuidado integral à pessoa com câncer, a melhoria da qualidade de vida dos usuários diagnosticados com a doença e a redução da mortalidade e das incapacidades causadas por neoplasias.

“A Portaria representa um avanço significativo no fortalecimento da PNPCC no âmbito do SUS. Ao estabelecer como prioritários a prevenção, a detecção precoce, o tratamento e a reabilitação de pacientes com câncer, a medida fortalece a necessária busca de um cuidado mais integralizado e equitativo”, destaca a presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.

Como entidade representante dos oncologistas clínicos, a SBOC tem o compromisso de colaborar ativamente para que essa Política seja efetiva, assegurando que os pacientes oncológicos no Brasil tenham acesso a um tratamento mais célere, eficiente e humanizado, explica Dra. Angélica.

“A regionalização e a descentralização do atendimento são fundamentais, mas exigem investimentos consistentes em infraestrutura, capacitação profissional e regulações eficazes para garantir acesso oportuno e qualidade assistencial”, comenta. “A necessidade de fortalecer a integração dos sistemas de informação, assegurar o financiamento adequado e alinhar as diretrizes nacionais com a realidade são barreiras que precisarão ser superadas”, completa a oncologista clínica.

Em 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, a presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, e a diretora-executiva, Dra. Marisa Madi, estiveram em Brasília (DF) para uma série de reuniões com autoridades.

Elas se reuniram com o coordenador da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, Dr. José Barreto Campello Carvalheira, quando ofereceram formalmente o apoio técnico da SBOC para a implementação dessa Política; e participaram de uma audiência pública convocada pelo Deputado Federal Weliton Prado, na Câmara dos Deputados, onde a SBOC apresentou aos demais participantes seus principais programas e projetos.

A presidente da Sociedade enfatizou, ainda, algumas iniciativas da entidade em prol do enfrentamento do câncer no país, como a produção de guias e infográficos, Diretrizes terapêuticas para profissionais da saúde e o recém-atualizado Índice de Priorização de Medicamentos para Incorporação no SUS e na Saúde Suplementar.

Em fevereiro, a SBOC contribuiu mais uma vez com a Consulta Pública 144 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Tal consulta pretendia instrumentalizar a Agência para alterar a Resolução Normativa — RN nº 506 (2022), que institui o Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde das Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde.

A nova contribuição aconteceu após a SBOC e outras entidades médicas se reunirem com representantes da ANS. Os médicos solicitaram o acréscimo de mais posicionamentos científicos e referências técnicas para linhas de cuidado em câncer de pulmão, de mama, de colo do útero, colorretal e de próstata propostas pela ANS.

O posicionamento da SBOC foi amparado na deliberação de seus Comitês de Tumores Mamários, Ginecológicos, Torácicos, Gastrointestinais (Baixos), Geniturinários e de Prevenção e Rastreamento, coordenados, respectivamente, pelos associados Dr. Tomás Reinert, Dra. Andréia Melo, Dr. Vladmir Lima, Dra. Rachel Riechelmann, Dr. Fernando Maluf e Dr. Gilberto Amorim*.

Conforme indica o documento da SBOC, linhas de cuidado devem enfatizar abordagens multidisciplinares, assegurando que pacientes tenham acesso adequado a uma equipe completa de profissionais especializados, garantindo um tratamento integral e eficaz. Neste sentido, as sugestões da SBOC pretendem enriquecer as propostas das linhas de cuidado.

Segundo a presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, ao se demonstrar de forma clara e objetiva os benefícios de um cuidado de qualidade, pode-se criar um cenário no qual mais instituições adotem essas práticas. “Este posicionamento é um passo necessário para que entidades adotem recomendações que possam transformar a realidade da oncologia e da saúde do Brasil”, explica.

Entre as novidades deste ano nos Comitês Temáticos e de Especialidades — grupos criados para auxiliar tecnicamente a Diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) — está a participação de jovens oncologistas. “Além de ajudarem na renovação da Sociedade, a ideia é que esses jovens oncologistas possam se desenvolver com a troca de experiência com profissionais mais experientes”, explica a presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.

Dos 30 Comitês da SBOC, 27 contam com a participação de jovens oncologistas. Outra novidade foi a criação dos Comitês de Oncogeriatria; Adolescentes e Adultos Jovens; Prevenção e Rastreamento; Dados de Vida Real; e Cuidados em Sobreviventes.

Os Comitês contam com a participação direta de mais de 140 associados, que atuam na produção de guias e diretrizes, representam a instituição em audiências e consultas públicas, em entrevistas para a imprensa, entre outras ações.