Profundo conhecedor de História, artista amador e gamer
Talentos e características do Prof. Dr. Paulo M. Hoff que vão além da Medicina
Quem trabalha com oncologia no Brasil, dificilmente não conhece o Dr. Paulo M. Hoff, Professor Titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e Presidente da Oncologia D’Or.
O que será contado a seguir, porém, vai além das suas qualificações profissionais e traz informações até então pouco conhecidas sobre o ex-Presidente da SBOC (Gestão 2021-2022).
O encantamento pela Ciência
Filhos de pais gaúchos – a mãe de Passo Fundo e o pai de Santa Bárbara do Sul – Paulo Marcelo Gehm Hoff nasceu em 8 de setembro de 1968, em Paranavaí (PR). Seu pai, embora filho de agricultores, formou-se em Análises Clínicas e acabou se mudando do Rio Grande do Sul para o Paraná, onde abriu um laboratório junto com um amigo.
“Meu pai me levava para o laboratório – hoje não sei se seria permitido levar uma criança de 4 anos para o laboratório!”, diz rindo, “e me deixava ver lâminas no microscópio”, lembra.
“Eu achava muito fascinante os tubos de ensaio, as incubadoras… Isso, de certa forma, me atraiu para a Ciência e sentia muita vontade de fazer pesquisa”, complementa.
Os primeiros anos de Paulo Hoff foram no Paraná, mas ainda na infância ele retornou com a família para Passo Fundo (RS) e depois mudou-se para Brasília, onde já no início da vida adulta deu sequência ao seu interesse em ciências biológicas e começou a graduação em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB), embora tenha sido aprovado também no curso de Direito.
Como presente por ter passado no vestibular para Medicina, Paulo Hoff ganhou do pai uma viagem ao Rio Grande do Sul para rever amigos e familiares, mas tinha como pré-condição uma parada em Curitiba (PR) para visitar seu tio-avô e padrinho, que estava com câncer. “Ele estava bem doente, mas consciente. Jogamos uma partida de xadrez e horas depois ele acabou morrendo”, lembra. “Isso mexeu bastante comigo, pois naquela época – anos 80 – quase não haviam tratamentos oncológicos efetivos”, conta.
Esse episódio familiar, somado ao interesse de infância pela Ciência e a “descoberta” da oncologia como área da Medicina com um amplo caminho a ser desvendado, acabaram sendo determinantes para que, durante a Residência em Clínica Médica na Universidade de Miami (EUA), ele escolhesse a oncologia clínica como especialidade a ser seguida.
Prof. Dr. Paulo M. Hoff, acompanhado da esposa, a Dr. Ana Amélia Hoff, toma posse da cadeira 58 da Academia Nacional de Medicina.
Habilidade com as mãos
Apesar de escolher na Medicina a área clínica e não a cirúrgica, Dr. Paulo Hoff gosta de desenhar e pintar – uma influência da mãe, que era professora de arte. “Teve uma fase da minha vida em que eu pintava quadros com tinta a óleo, mas não era muito bom nisso”, revela. “Preferi ficar na Medicina mesmo”, brinca.
Seu interesse pela arte da arquitetura e decoração, no entanto, mantém-se ativo. Paulo Hoff participou intensamente do desenho de diversos ambientes da sua clínica em São Paulo e da sua casa de veraneio no litoral.
A habilidade dele com as mãos também pode ser observada, de certa forma, no manuseio dos bastões de esqui, seu esporte favorito, e no videogame – uma das suas diversões preferidas para relaxar quando lhe resta algum tempo livre.
“O primeiro videogame, um Nintendo 64, fui eu que dei”, conta a endocrinologista Dra. Ana Amélia Hoff, sua esposa. “Quando éramos mais novos, ele chegava em casa e já ia logo jogar ou assistir à série Jornada nas Estrelas”, lembra a médica, que contou ainda o grande interesse do marido por Game of Thrones, Star Wars e até pelos parques de diversão da Disney.
Atualmente, o jogo de videogame preferido de Paulo Hoff é o Call of Duty, que reúne estratégias e simulações de batalhas em acontecimentos históricos e também nos tempos atuais em cidades reais. “Ele tem uma sala especial em casa para jogar videogame, que agora é o PlayStation, onde há também a sua biblioteca e adega de vinhos”, revela Ana Amélia.
Fã de History Channel
Todas as pessoas próximas de Paulo Hoff enfatizam o conhecimento dele por História. Além de ler muito a respeito, em especial sobre as duas grandes Guerras Mundiais, ele é fã do canal de televisão History. “Sou um pouco nerd nisso”, brinca.
O interesse por História acabou sendo passado para as filhas e com isso diversas viagens, em família, têm como destino locais históricos ao redor do mundo. “Às vezes, ele até corrige os guias turísticos sobre determinados acontecimentos que ele conhece em detalhes”, diz Ana Amélia.
Entre os livros preferidos de História de Paulo Hoff, está a biografia do estadista britânico Winston Churchill. “Na minha opinião, é um homem muito à frente do seu tempo, embora retrógado em algumas atitudes. O mundo de hoje deve muito à tenacidade e à inteligência dele”, avalia.
Assim como Churchill teve para ele uma grande importância para os rumos do mundo atual, para muitos colegas oncologistas, Hoff é personagem principal da evolução da oncologia brasileira nas últimas décadas.
Se o mundo acabou ficando sem um possível grande historiador, a Medicina, com certeza, ganhou um excelente médico, pesquisador e líder.
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