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SBOC REVIEW

A busca da terapia de manutenção do câncer de ovário recidivado platino-sensível dá mais um passo com olaparibe

Baseado num ganho inédito em sobrevida livre de progressão (SLP) (HR 0,.18 [0.10–0.31]; p<0.0001) observado no “Study 19”, fase 2, multicêntrico, randomizado e duplo-cego, a agencia europeia que regula a liberação de novos mediamentos – EMEA – aprovou o registro do olaparibe para carcinoma de ovário platino-sensível – COPS (SLP>6meses), BRCA mutante (BRCAmut) e que tenha resposta completa após pelo menos 2 exposições prévias a platina. O olaparibe (Lynparza(R), AstraZeneca) é um inibidor de PARP oral, que potencializa o dano letal ao DNA induzido pelas platinas, especialmente em pacientes com mutação de BRCA/HRD.

Atualização do “Study 19” é o primeiro estudo de manutenção para câncer de ovário alto grau que demonstra alguma superioridade em sobrevida global (SG). Notavelmente, 11% das pacientes ainda mantinham olaparibe depois de 5 anos, sem sinais de recidiva. Esse estudo randomizou 265 pacientes: 136 olaparibe e 129 placebo, onde o BRCA foi avaliado posteriormente e a mutação não era critério de inclusão. O subgrupo BRCAmut tinha 136 pacientes (74 olaparibe e 62 placebo). A randomização manteve os grupos equiparáveis.

Agora além de confirmar o ganho em SLP PFS tanto na população total, quanto no grupo BRCAmut, observou-se ganho de OS SG no grupo BRCAmut (HR 0,.62 [95% CI 0,.41–0,.94]; nominal p=0,.025). Embora numericamente superior, a SGOS não atingiu significância estatística, pois seria necessário p<0,0095 por ser um desfecho secundário, dentro de um subgrupo numa análise não planejada. As toxicidades foram manejáveis, sendo fadiga (8%) e anemia (6%) as grau >3 mais frequentemente observadas, porém com baixo impacto na descontinuação do tratamento.

Ledermann e cols. Lancet Oncol. 2016 Sep 8. PMID: 27617661

Comentários: Por ser altamente recidivante, a terapia de manutenção no COPS é uma necessidade pesquisada há decadas. O “Study 19” traz a primeira evidência de benefício clínico relevante com manutenção com inibidor de PARP em uma população específica e relativamente rara. Aguardemos a confirmação no estudo SOLO 2, fase 3, em andamento.

Joao Soares Nunes, MD.
Oncologista clínico, Hospital Erasto Gaertner – Curitiba/PR.