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SBOC REVIEW

Alectinib versus crizotinib em pacientes com CPNPC ALK+: resultados do estudo J-ALEX

Desde agosto de 2011 (nos EUA) e fevereiro de 2016 (no Brasil) o Crizotinib está aprovada para o tratamento de primeira linha em pacientes com CPNPC (câncer de pulmão não pequenas células) avançado com rearranjo do gene do ALK – positivo em aproximadamente  5% dos adenocarcinomas. Apesar do desempenho superior dessa medicação em comparação à quimioterapia verificado no estudo PROFILE 1014, após 11 meses de benefício, o tumor invariavelmente progride, não raro, no cérebro. Neste primeiro estudo cabeça-cabeça, 2 inibidores de ALK foram avaliados quanto à eficácia na primeira linha de tratamento do CPNPC ALK positivo na população japonesa.

O estudo J-ALEX (fase 3, 1:1, aberto por razões de segurança e posologia) realizado em 41 centros do Japão, comparou Crizotinib 250mg 2x/dia com Alectinib 300mg 2x/dia.  O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada por um comitê independente. Após inclusão de 207 pacientes o endpoint primário foi atingido na segunda análise interina. A mediana de SLP não foi atingida no grupo de Alectinib e no grupo do Crizotinib a mediana alcançada foi de 10,2 meses. Dados de toxicidades foram mais favoráveis ao Alectinib – 26% x 52% de toxicidades G3/4. Vale ressaltar que nesse estudo houve um desbalanço em relação à presença de metástases cerebrais, mais frequente no grupo de Crizotinib (27% versus 13%) e doses menores de Alectinib foram administradas quando comparadas a dose da população ocidental  (300mg 2x/dia e 600mg 2x dia, respectivamente).

 Lancet. 2017 May 10. PMID: 28501140

Comentários: Apesar dos dados positivos do J-ALEX, aguardamos com expectativa para a ASCO de 2017 e os dados já sabidamente positivos do ALEX (versão ocidental do mesmo estudo com dose padrão de Alectinib- 600mg 2xdia). Após conhecer melhor o desempenho do Alectinib na população ocidental, principalmente quanto ao controle das metástases cerebrais, ainda nos faltará a resposta sobre qual a melhor estratégia de sequenciamento para esses pacientes. 
 

Carlos Henrique A. Teixeira, MD.
Oncologista Clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e CPO do grupo Oncoclínicas.