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SBOC REVIEW

Apalutamida em pacientes com câncer de próstata sensível à castração metastática: análise final de sobrevida do estudo duplo-cego randomizado de fase III TITAN

Resumo do artigo:

O estudo randomizado, duplo-cego, de fase III, TITAN foi desenhado para uma população de pacientes com câncer de próstata metastático sensível castração (mCSPC) de alto e baixo volume, com ou sem exposição prévia a docetaxel, recorrentes ou recém-diagnosticados que foram randomizados para apalutamida ou placebo, associados à terapia de privação androgênica. No total, 1052 pacientes participaram do estudo, com características bem balanceadas entre os dois grupos. A primeira análise interina (22,7 meses) demonstrou um benefício de sobrevida livre de progressão radiográfica e ganho de sobrevida global (SG) a favor da apalutamida, com redução do risco de morte de 33%. Todos os objetivos secundários e exploratórios também foram globalmente positivos para a apalutamida (como tempo para progressão de PSA, tempo livre para a progressão secundária, início da quimioterapia citotóxica, uso de opioides, entre outros). Com 44 meses de seguimento, ocorreram 405 eventos de sobrevida e 208 (39,5%) dos pacientes do grupo placebo cruzaram para apalutamida. Com a maturação dos dados e análise final de sobrevida, o estudo atingiu a redução de 35% do risco de morte (SG mediana não atingida versus 52,2 meses; RR 0,65; IC 95%, 0,53-0,79; p<0,0001), chegando a 48% com o ajuste para os pacientes do braço placebo que migraram para a apalutamida (RR 0,52; IC 95%, 0,42-0,64; p<0,0001), após a quebra do cegamento. Apalutamida com terapia de privação androgênica prolongou o tempo livre para a progressão secundária e para a resistência à castração (p<0,0001 para ambos).

Os principais efeitos colaterais reportados foram fadiga e rash, ambos mais frequentes no braço da apalutamida e compatíveis com toxicidades conhecidas desta droga. Não houve mortes por eventos adversos, corroborando o perfil de segurança da droga, principalmente com o uso a longo prazo, como demonstrado no estudo. A análise dos questionários de qualidade de vida revelou que não houve prejuízo desta em função da adição de uma segunda droga à terapia de privação androgênica, sendo um dado significativo.

Em conclusão, a apalutamida associada à terapia de privação androgênica aumenta consideravelmente a sobrevida global, sem afetar a qualidade de vida, retardando a entrada do paciente no cenário de resistência à castração.

 

Chi KN, Chowdhury S, Bjartell A, Chung BH, Pereira de Santana Gomes AJ, Given R, Juárez A, Merseburger AS, Özgüroğlu M, Uemura H, Ye D, Brookman-May S, Mundle SD, McCarthy SA, Larsen JS, Sun W, Bevans KB, Zhang K, Bandyopadhyay N, Agarwal N. Apalutamide in Patients With Metastatic Castration-Sensitive Prostate Cancer: Final Survival Analysis of the Randomized, Double-Blind, Phase III TITAN Study. J Clin Oncol. 2021 Jul 10;39(20):2294-2303. doi: 10.1200/JCO.20.03488. Epub 2021 Apr 29. PMID: 33914595.
Apalutamida em pacientes com câncer de próstata sensível à castração metastática: análise final de sobrevida do estudo duplo-cego randomizado de fase III TITAN.

 

Comentário da avaliadora científica:

O estudo TITAN apresenta de forma encorajadora a apalutamida como uma opção segura e efetiva para a diversificada população de pacientes metastáticos sensíveis a castração, com expressiva redução de risco de morte a longo prazo. Outros pontos clínicos relevantes destacados são o aumento do tempo livre para a progressão secundária, tempo para progressão sintomática e de PSA, sendo todos os desfechos favoráveis a apalutamida.

Com manutenção da qualidade de vida e de eventos adversos esperados e manejáveis, a apalutamida demonstrou benefício para a quase totalidade dos subgrupos de pacientes randomizados em todos os desfechos avaliados, à exceção para os previamente tratados com docetaxel. Aumentando a sobrevida global e o tempo para a entrada dos pacientes na fase de resistência a castração, os dados finais do estudo reforçam o bom desempenho da droga na fase de sensibilidade à castração da doença.

 

Avaliadora científica:

Dra. Andrea Juliana Pereira de Santana Gomes
Oncologista clínica pelo Instituto do Câncer Dr. Arnaldo - São Paulo - SP
Oncologista clínica e Coordenadora médica do departamento de Pesquisa
Clínica da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer - Natal - RN