SBOC REVIEW
ASCO GU 2021 / Desfechos das terapias de combinação de imuno-oncologia de primeira linha no carcinoma de células renais metastático (mRCC): Resultados do International mRCC Database Consortium (IMDC)
Resumo do artigo:
O estudo utilizou o banco de dados do IMDC (International mRCC databased consortium) com objetivo de investigar potenciais diferenças entre as diferentes combinações aprovadas em primeira linha para doença avançada (ipilimumabe + nivolumabe versus imunoterapia + anti-VEGF). Os desfechos avaliados foram taxa de resposta, duração de tratamento, tempo para próximo tratamento e sobrevida global. Setecentos e vinte três pacientes foram incluídos, 9% versus 33% com risco favorável, 58% versus 53% com risco intermediário e 33% versus 14% com risco desfavorável. A taxa de resposta (37% versus 59%) e a mediana de duração de tratamento (4,6 versus15 meses) foi menor com a combinação de imunoterapia (IO) versus IO + anti-VEGF, entretanto não foi observado tempo para próximo tratamento (HR 0,76; IC 95% 0,55-1,07; p=0,11) e sobrevida global (HR 0,92; IC 95% 0,61-1,47 ; p=0,71). Uma maior mediana de tempo para o próximo tratamento (21,6 versus 9,5 meses) e sobrevida global (NR vs 44,4 meses) foram observadas em pacientes que precisaram de atraso de doses ou uso de corticoide (> 40mg de prednisona/dia) por toxicidade imuno-relacionada, apesar da duração de tratamento serem semelhantes.
Chun Loo Gan - Outcomes of first-line (1L) immuno-oncology (IO) combination therapies in metastatic renal cell carcinoma (mRCC): Results from the International mRCC Database Consortium (IMDC).
Desfechos das terapias de combinação de imuno-oncologia de primeira linha no carcinoma de células renais metastático (mRCC): Resultados do International mRCC Database Consortium (IMDC).
Comentário da avaliadora científica:
Esse estudo merece destaque tendo em vista as várias opções em primeira linha para o tratamento de câncer de rim metastático: ipilimumabe + nivolumabe, pembrolizumabe + axinitibe, avelumabe + axitinibe, nivolumabe + cabozantinibe. No momento não existem estudos comparando diretamente essas estratégias, logo dependemos de avaliações indiretas e retrospectivas para auxiliar-nos na seleção do melhor tratamento para cada situação. Quando é necessária uma maior taxa de resposta, a combinação de IO+ anti-VEGF deve ser a preferência, mas cabe ressaltar que apesar da superioridade da taxa de resposta não se observou uma diferença estatisticamente significativa na sobrevida global e tempo para o próximo tratamento. Nenhuma característica (grupo risco IMDC, presença de histologia sarcomatOide, metástase cerebral, hepática ou óssea) foi preditiva de melhor desfecho com IO+IO ou IO+ antiVEGF. Em resumo, até o presente momento podemos considerar que ambas as combinações IO+IO e IO+anti-VEGF são ótimas opções para o tratamento em primeira linha no carcinoma renal avançado.
Filiação:
Dra. Mariane Fontes Dias
Residência em Oncologia Clínica pelo INCA
Oncologista clínico no ICESP/FMUSP e Oncologia D’Or
Médica oncologista do Grupo Oncoclinicas Rio de Janeiro, com fellowship em uro-oncologia e desenvolvimento de drogas pelo Royal Marsden NHS Foundation Trust/Institute of Cancer Research – Londres. Membro do LACOG-GU
