SBOC REVIEW
ASCO GU 2021 / Estudo de fase 3 de lenvatinibe mais pembrolizumabe ou everolimus versus monoterapia com sunitinibe como tratamento de primeira linha para pacientes (com carcinoma de células renais avançado (estudo CLEAR)
Resumo do artigo:
Esse estudo de fase 3 randomizou 1069 pacientes com carcinoma renal de células claras não previamente tratados para 3 grupos: sunitinibe 50 mg ao dia (4 semanas em tratamento, 2 semanas sem tratamento), lenvatinibe 20 mg ao dia + pembrolizumabe 200 mg a cada 3 semanas ou lenvatinibe 18 mg ao dia + everolimo 5 mg ao dia. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão revisada por comitê central independente. O grupo lenvatinibe + pembrolizumabe apresentou maior sobrevida livre de progressão em comparação a sunitinibe (HR 0,39, IC 95% 0,32-0,49, mediana 23,9 vs 9,2 meses), assim como o grupo lenvatinibe + everolimo em comparação a sunitinibe (HR 0,65, IC 95% 0,53-0,80, mediana 14,7 vs 9,2 meses). Na comparação interina de sobrevida global, o grupo lenvatinibe + pembrolizumabe apresentou melhor resultado do que sunitinibe (HR 0,66, IC 95% 0,49-0,88, mediana NR vs NR). A taxa de resposta objetiva e resposta completa foi maior no grupo lenvatinibe + pembrolizumabe (71,0% e 16,1%) quando comparado a lenvatinibe + everolimo (53,5% e 9,8%) ou sunitinibe (36,1 e 4,2%). O perfil de toxicidades da combinação lenvatinibe + pembrolizumabe foi consistente com o perfil de toxicidades de cada droga.
Robert Motzer et al. - Phase 3 trial of lenvatinib (LEN) plus pembrolizumab (PEMBRO) or everolimus (EVE) versus sunitinib (SUN) monotherapy as a first-line treatment for patients (pts) with advanced renal cell carcinoma (RCC) (CLEAR study).
Estudo de fase 3 de lenvatinibe mais pembrolizumabe ou everolimus versus monoterapia com sunitinibe como tratamento de primeira linha para pacientes (com carcinoma de células renais avançado (estudo CLEAR).
Comentários dos avaliadores científicos:
Dr. José Mauricio Mota
Esse estudo demonstrou a superioridade da combinação de lenvatinibe + pembrolizumabe em relação ao sunitinibe, adicionando uma nova opção para o tratamento de primeira linha do câncer renal de células claras.
Dr. Mariane Fontes
O estudo CLEAR acrescenta mais uma opção, LEV+P, em primeira linha para pacientes com câncer de rim metastático com ganho de SG, SLP e taxa de resposta objetiva assim como toxicidade manejável. Interessantemente este foi o primeiro estudo que utilizou um braço com combinação sem imunoterapia, LEV+EVE. Recentemente varias combinações com imunoterapias (IO+IO ou IO+VEGF) mostram-se benéficas neste cenário em comparação com sunitinibe todos com ganho de SLP e OS. Na ausência de dados comparando diretamente as combinações hoje aprovadas neste cenário, o grande desafio para o oncologista clinico é escolher a melhor combinação para cada paciente. Essa escolha deve se basear na categoria de risco de acordo com IMDC, perfil de toxicidade das combinações, acesso aos medicamentos.
Filiações:
Dr. José Mauricio Mota
Residência em Oncologia Clínica pelo ICESP/FMUSP
Oncologista clínico no ICESP/FMUSP e Oncologia D’Or
Chefe do grupo de tumores geniturinários, ICESP/FMUSP
Doutorado em Oncologia pela USP; Advanced Clinical Fellowship pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center
Dra. Mariane Fontes Dias
Residência em Oncologia Clínica pelo INCA
Médica oncologista do Grupo Oncoclinicas Rio de Janeiro, com fellowship em uro-oncologia e desenvolvimento de drogas pelo Royal Marsden NHS Foundation Trust/Institute of Cancer Research – Londres. Membro do LACOG-GU