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SBOC REVIEW

Associação entre persistência de DNA viral do HPV com progressão de doença em CEC de cavidade oral e orofaringe tratados

Resumo do artigo:
Estudo prospectivo conduzido em 396 pacientes recém diagnosticados com carcinoma espinocelular (CEC) de cavidade oral ou orofaringe, tinha como objetivo avaliar a dinâmica do DNA viral do HPV e sua relação com recorrência e sobrevida. 

Amostras foram obtidas por meio de bochecho com solução fisiológica ao diagnóstico, após cirurgia e/ou radioterapia nos casos aplicáveis. Tumores foram classificados em HPV positivos ou negativos (expressão de RNAm dos oncogenes E6 ou E7 dos 13 subtipos de HPV de alto risco em caso de peça cirúrgica disponível ou por P16 em IHQ ou hibridização in situ em caso de material cirúrgico indisponível).

Entre os 396 pacientes, 202 HPV+ (51%) e 194 HPV-(49%). Apenas 7 entre os 270 com tumores de cavidade oral (4.1%) apresentaram positividade para HPV nas amostras de bochecho. O subtipo 16 foi o mais comumente encontrado (92%). Ao diagnóstico, pacientes HPV+ apresentaram maior probabilidade de detecção oral de DNA viral quando comparado aos pacientes HPV- (24 de 194 [84.2%] vs 170 de 202 [12.4%]; P < .001). Detecção oral de DNA do HPV apresentou sensibilidade de 84%, especificidade de 88%, VPP 88% e VPN de 84% para o diagnóstico de tumores HPV+. Entre os tumores HPV-, 12,4% apresentavam detecção oral de DNA do HPV.

Os autores demonstraram redução na prevalência de DNA HPV após tratamento cirúrgico, radioterapia definitiva e adjuvante quando comparado ao baseline. Em relação aos casos de detecção do DNA do HPV identificados durante radioterapia, o intervalo mediano para clareamento viral foi de 42 dias (95% CI, 37-49 dias). O único fator que influenciou negativamente o clareamento viral foi o tabagismo ativo durante tratamento (HR 0.49; 95% CI, 0.28-0.86; P = .01). Detecção de DNA oral do HPV após término do tratamento definitivo foi associado a aumento do risco de recorrência em tumores HPV+ (HR ajustado, 3.72; 95% CI, 1.71-8.09;
P < .001). Sobrevida em 2 anos foi superior nos pacientes cuja pesquisa de DNA oral do HPV foi negativa 95% (95% CI, 90%-100%) quando comparado aos com resultado positivo 68% (95% CI, 47%-98%).


Association of Oral Human Papillomavirus DNA Persistence With Cancer Progression After Primary Treatment for Oral Cavity and Oropharyngeal Squamous Cell Carcinoma.
JAMA Oncol. doi:10.1001/jamaoncol.2019.0439Published online May 2, 2019.
Associação entre persistência de DNA viral do HPV com progressão de doença em CEC de cavidade oral e orofaringe tratados.

 

Comentários do editor:
- Teste de realização simples com sensibilidade de 84%, especificidade de 88%, VPP de 88% e VPN de 84% para detecção de tumores HPV+. 


- Necessita de estudos com amostras maiores para melhor interpretação dos dados em especial na população HPV- com positividade na detecção de DNA oral do HPV.

- Interessante o efeito negativo do tabagismo ativo concomitante a radioterapia em reduzir o clareamento do DNA viral.

- Achados promissores em relação à dinâmica pré e pós-tratamento permitem considerar o teste como biomarcador promissor de resposta ao tratamento e risco de progressão de doença. Estudos serão necessários para melhor elucidação do papel do teste na prática clínica.