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SBOC REVIEW

Avelumabe é aprovado pelo FDA para pacientes com carcinoma de células de Merkel metastático

Em março de 2017 o Food and Drug Administration (FDA) norte-americano garantiu aprovação acelerada ao anticorpo monoclonal anti-PD-L1, Avelumabe (BAVENCIO – EMD Serono), para pacientes com carcinoma de células de Merkel (CCM) metastático, independentemente do número de linhas prévias de tratamento..

A aprovação do Avelumabe se baseou em dados do estudo de fase 2 JAVELIN Merkel 2001. Nesse estudo aberto de braço único,  que incluiu 88 pacientes refratários à quimioterapia , o uso do Avelumabe na dose de 10mg/kg a cada 2 semanas resultou em taxa de resposta objetiva de 31.8% (IC95% 21.9-43.1%), incluindo 9% de respostas completas. A proporção de pacientes livres de progressão em 6 meses foi de 40% e a mediana de sobrevida global foi de 11.3 meses (IC95% 7.5-14.0 meses). A expressão de PD-L1 foi determinada em 74 dos pacientes incluídos, e considerada positiva (marcação positiva para expressão de PD-L1 em ao menos 1% das células tumorais) em 79% dos casos; além disso, positividade para o poliomavírus de células de Merkel ocorreu em 60% das 77 amostras avaliadas. A taxa de resposta naqueles com amostras positivas para expressão de PD-L1 foi de 34.5%, e 18.8% dentre pacientes com amostras negativas para PD-L1. De forma análoga ao observado com o uso de outros agentes anti-PD1 ou anti-PD-L1 em outros contextos, respostas duradouras foram observadas, com 92% dos respondedores atingindo respostas sustentadas por ao menos 6 meses, com mediana de duração de resposta não atingida. O tratamento com Avelumabe foi, em sua maioria, bem tolerado, com toxicidades limitadas a grau 1 ou 2 na maior parte dos casos, e toxicidades grau 3 em apenas 5% dos pacientes (n=5).

¹Kaufman H e cols. Lancet Oncol. 2016; 17(10): 1374-1385. PMID: 27592805.

Comentário: Trata-se da primeira aprovação pelo FDA de uma terapia específica para o tratamento de pacientes com carcinoma de células de Merkel, expandido as indicações dos agentes anti-PD1/PD-L1. Embora os fatores preditivos de resposta à imunoterapia ainda necessitam de melhor caracterização nessa população a participação do poliomavírus de células de Merkel e do dano solar crônico na carcinogênese dessa neoplasia parecem desempenhar papel central em seu potencial imunogênico.

Rodrigo Munhoz, MD

Oncologista Clínico especialista em neoplasias cutâneas e sarcomas

Centro de Oncologia – Hospital Sírio Libanês e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, FM USP.