Instalar App SBOC


  • Toque em
  • Selecione Instalar aplicativo ou Adicionar a lista de início

SBOC REVIEW

Biópsia guiada por ressonância magnética no diagnóstico do câncer de próstata

Estudo randomizado de não-inferioridade em homens com suspeita de câncer de próstata comparando a realização de ressonância magnética (RM) com ou sem biópsia guiada versus biópsia randômica de 12 fragmentos. Não foi realizada biópsia nos homens sem lesões suspeitas na RM. O desfecho primário foi a proporção de homens com câncer de próstata clinicamente significativo, definido como presença de adenocarcinoma Gleason ≥ 3+4(7). Pacientes no grupo de biópsia guiada por RM realizaram biópsia somente de áreas suspeitas na RM, com máximo de quatro fragmentos por área suspeita.

Nesse estudo, 500 pacientes foram randomizados para biópsia randômica (N= 248) ou biópsia guiada por RM (N= 252). No grupo RM, 28% não apresentavam suspeita de câncer de próstata significativo (PIRADS ≤ 2) e não realizaram biópsia. Foi detectado câncer de próstata significativo em 38% no grupo RM versus 26% no grupo de biópsia randômica (P=0,005). Apesar do desenho de não-inferioridade, a análise do intervalo de confiança permitiu definir a biópsia por RM como sendo superior em relação à biópsia randômica. Além disso, um número menor de pacientes recebeu diagnóstico de câncer de próstata clinicamente insignificante (Gleason 6) no grupo de biópsia guiada por RM (9% versus 22%, respectivamente; P<0,001). Não houve diferença em relação a eventos adversos sérios (2% em ambos os grupos) e um menor número de pacientes no grupo RM apresentou sintomas pós-procedimento: hematúria (30% versus 63%), hematospermia (32% versus 60%), desconforto local (13% versus 23%), sangramento retal (14% versus 22%) e disfunção erétil (11% versus 16%).

Kasivisvanathan et al. N Engl J Med. 2018 Mar 18. PMID: 29552975

Comentário: Apesar da superioridade da biópsia dirigida por RM, alguns pontos devem ser discutidos antes do uso rotineiro desse método: (1) biópsia dirigida somente das lesões suspeitas pode não identificar lesões multicêntricas; (2) significativa variabilidade inter-observador na interpretação da RM; (3) discussão dos riscos de não fazer biópsia em pacientes com RM negativa.

Diogo Assed Bastos, MD.
Membro titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês e médico oncologista do Serviço de Uro-Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp)