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SBOC REVIEW

Eficácia e toxicidade do Pembrolizumabe após radioterapia em câncer de Pulmão

Uma série de estudos pré-clínicos sugerem a existência de um sinergismo terapêutico entre radioterapia (RT) e inibidores de PD-1/PD-L1. Uma interessante sub-análise do estudo de fase 1 KEYNOTE-001 procurou testar esta hipótese em pacientes. Nesta publicação, 97 pacientes com carcinoma pulmão não pequenas células tradados com diversas doses de Pembrolizumabe (2 mg/kg ou 10 mg/kg a cada 3 semanas ou 10 mg/kg a cada 2 semanas) na Universidade da Califórnia foram avaliados a respeito de eficácia e toxicidade do imunoterápico de acordo com o recebimento ou não de RT prévia. Do total de pacientes incluídos, 42 haviam recebido qualquer RT antes de utilizar pembrolizumabe, sendo que em 38 a RT incluiu algum sítio extracraniano. Segundo a análise, a sobrevida livre de progressão (SLP) foi superior naqueles que receberam qualquer RT prévia (mediana de 4,4 versus 2,1 meses; HR 0,56; p=0.019), bem como a sobrevida global (SG, mediana de 10,7 meses versus 5,3 meses; HR 0,58; p=0,026). Os mesmos resultados mantiveram a significância estatística para ambos os desfechos quando considerados apenas os pacientes que haviam recebido apenas RT extracraniana.

Apesar de algumas diferenças nas características populações de ambos os grupos, a análise multivariada comprovou que a RT prévia (qualquer ou extracraniana) foi um fator independente para maior SLP e SG. O estudo ainda demonstra um pequeno aumento na ocorrência de qualquer toxicidade pulmonar nos pacientes que receberam RT prévia (63% versus 40%). No entanto, não houve diferença nas toxicidades pulmonares graus 3 e 4 nos grupos que receberam ou não RT prévia.           

                                                               *Shaverdian et al, Lancet Oncol. 05/2017 PMID: 28551359

Comentários: esse sub-análise de um estudo de Fase 1 com pembrolizumabe sugere que exista um sinergismo entre radioterapia e imunoterapia em câncer de pulmão. Pacientes tratados previamente com RT podem apresentam maior eficácia com o tratamento com inibidores de PD1/PD-L1. No entanto, a RT com intenção única de melhorar a eficácia destas drogas deve ser somente administrada no presente momento dentro de protocolos clínicos. 

Denis L F Jardim, MD, PhD.
Oncologista clínico, coordenador da oncologia do Centro de Oncologia do Paraná, Oncoville