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SBOC REVIEW

Especial ASCO 22 – Cuidados Paliativos

The paces study: um ensaio pragmático controlado antes e depois da intervenção clínica do câncer para aumentar o encaminhamento precoce para especialistas cuidados paliativos

Resumo do artigo:

Este é um estudo pragmático, controlado, realizado em adultos falecidos por câncer colorretal (CCR) entre abril de 2017 a dezembro de 2020 residentes na cidade de intervenção ou controle. O objetivo do estudo era avaliar proporção de falecidos com CCR que receberam Cuidados Paliativos (CP) precoce (acima de 90 dias do óbito). A intervenção consistia em triagem sistêmica em clínicas de oncologia, implementar novas diretrizes de prática clínica, a adição de um especialista em enfermagem cuidados paliativos devido ao provável aumento de demanda e implementação de cartas modelo de 'cuidados compartilhados' para otimizar cuidados com paciente. Resultados mostraram que a proporção de falecidos que receberam CP precoce aumentou 12% no grupo de intervenção. O estudo mostrou um aumento significativo de encaminhamento para CP precoce com as medidas citadas.

 

Sinnarajah A, et al. The paces study a controlled before and after pragmatic trial of cancer clinic based intervention to increase early referral to specialist palliative care.
The paces study: um ensaio pragmático controlado antes e depois da intervenção clínica do câncer para aumentar o encaminhamento precoce para especialistas cuidados paliativos.

 


 

Alívio da falta de ar em pacientes com câncer com dexametasona (ABCD): Um estudo paralelo

Resumo do artigo:

Estudo duplo cego, randomizado, multicêntrico e financiado desejava provar que a dexametasona em altas doses poderia ser eficaz no efeito de paliação da dispneia em comparação ao placebo. O estudo recrutou pacientes ambulatoriais com câncer, para receber dexametasona 8 mg por via oral a cada 12 horas por 7 dias, seguido por 4 mg por via oral a cada 12 horas por 7 dias ou cápsulas de placebo correspondentes. O desfecho primário foi a mudança na intensidade média da dispneia avaliada com uma escala numérica de 0-10 e os desfechos secundários incluíram a Edmonton Symptom Assessment Scale (ESAS) e eventos adversos (CTCAE v4.02). A alteração média na intensidade da dispneia entre a linha de base e o dia 7 foi de -1,6 (IC 95% -2, -1,2) no grupo dexametasona e -1,6 (IC 95% -2,3, -0,9) no grupo placebo, sem significância estatística entre os grupos (IC 95% -0,8, 0,7; P = 0,91). As análises secundárias mostraram que o grupo de dexametasona teve uma melhora de apetite pelo ESAS, porém com piora da ansiedade, agitação psicomotora, internamento e depressão. Desta forma, altas doses de dexametasona não melhoraram a dispneia em pacientes com câncer quando comparado a placebo e foram associadas a mais eventos adversos.

 

Hui D, et al. Alleviating breathlessness in patients with cancer with dexamethasone (ABCD): A parallel-group, double-blind, randomized clinical trial (RCT).
Alívio da falta de ar em pacientes com câncer com dexametasona (ABCD): Um estudo paralelo.

 


 

Impacto de uma ferramenta baseada em inteligência aumentada sobre a pontualidade dos encaminhamentos para cuidados paliativos (CP) e hospice em pacientes com câncer avançado no cenário do mundo real

Resumo do artigo:

Estudo feito em cenário de vida real após dados publicados de inteligência artificial mostrando maior encaminhamento precoce para cuidados paliativos e para hospice. Foi demonstrado em estudo prévio que uma ferramenta de inteligência aumentada (IA) usada para prever a mortalidade em 30 dias pode auxiliar no aumento de encaminhamentos para CP e hospice. Nesta análise secundária, foi relatado o impacto da ferramenta de IA na pontualidade do encaminhamento para CP e hospice antes da morte. As melhorias gerais foram de 111,0% nas referências de CP e 179,1% nas referências de CP dentro dos respectivos prazos. A implantação de uma ferramenta de IA em uma clínica de hematologia/oncologia aumentou substancialmente as proporções de pacientes encaminhados para CP neste estudo de vida real. Se confirmado em estudos adicionais, a ferramenta baseada em IA pode ser utilizada para integrar o CP no início do tratamento de pacientes com câncer avançado.

 

Gajra A, et al. Impact of an augmented intelligence-based tool upon the timeliness of referrals to palliative care and hospice in patients with advanced cancer in the real-world setting.
Impacto de uma ferramenta baseada em inteligência aumentada sobre a pontualidade dos encaminhamentos para cuidados paliativos (CP) e hospice em pacientes com câncer avançado no cenário do mundo real.

 


 

Câncer não sabe que dia da semana é: tendências temporais no dia da morte, 2000-2017

Resumo do artigo:

A hipótese do estudo é que pode haver uma tendência temporal à medida que os pacientes com câncer tentam retardar a morte até a chegada da família nos finais de semana ou a passagem de um feriado. Foram avaliadas todas as mortes por neoplasias malignas (CID C00-C97) de 2000-2017 foram coletadas do National Center for Health Statistics (Centro Nacional de Estatísticas de Saúde). Os desfechos foram os dias da semana e meses do ano em que a morte ocorreu. A mortalidade de fim de semana foi definida como morte na sexta-feira, sábado ou domingo. A mortalidade de férias foi definida como morte em dezembro ou janeiro. As mortes não foram uniformes ao longo do dia da semana ou mês do ano. Já a morte não hospitalar (domicílio, enfermaria, hospício) foi mais provável de ocorrer no fim de semana. Morte não hospitalar foi menos provável de ocorrer nos meses de férias. As distribuições desiguais de mortes por câncer neste estudo sugerem uma variação não biológica. As tendências temporais na morte por câncer destacam uma oportunidade para melhorar os cuidados no final da vida e demonstram como os cuidados devem mudar o foco para o que importa para os pacientes, incluindo o tempo com a família.

 

Shah K, et al. Cancer doesn’t know what day of the week it is: Temporal trends in day of death, 2000-2017.
Câncer não sabe que dia da semana é: tendências temporais no dia da morte, 2000-2017.

 


 

O impacto dos cuidados paliativos primários no planejamento de cuidados avançados em câncer avançado

Resumo do artigo:

Este estudo apresentou como objetivo determinar o impacto de intervenção de cuidados paliativos primários liderados por enfermagem na realização de planejamento antecipados de cuidados (PAC), já que profissionais médicos especializados são necessários, porém possuem menor quantidade que a real demanda. Os pacientes com câncer avançado receberam visitas mensais de cuidados paliativos primários com enfermeiros treinados em seu centro de câncer ou cuidados habituais. O estudo evidenciou aumento significativo de conversa de fim de vida e diretivas antecipadas de vontade no grupo de intervenção. O treinamento de enfermeiros oncológicos inseridos em centros comunitários de câncer pode representar um mecanismo viável para melhorar o acesso aos cuidados paliativos primários e a adoção do planejamento de cuidados avançados.

 

Prater LC, et al. The impact of primary palliative care on advanced care planning in advanced cancer.
O impacto dos cuidados paliativos primários no planejamento de cuidados avançados em câncer avançado.

 

Avaliadora científica:

Dra. Raíssa Almeida Viana
Residência médica em Oncologia Clínica e Mestrado em Cuidados Paliativos no Instituto Medicina Integral Alice Figueira
Chefe do Ambulatório no Instituto Medicina Integral Alice Figueira
Oncologista Clínica na Clínica Neoh – Rede D´or São Luiz, no Hospital Barão de Lucena e no Hospital Servidores do Estado de Pernambuco