SBOC REVIEW
Especial ESMO 2024 – Sarcomas
Regorafenibe como terapia de manutenção após quimioterapia baseada em doxorrubicina em sarcomas de tecidos moles avançados: Resultados do estudo EREMISS
Penel N, Italiano A, Wallet J, et al. EREMISS trial: A double-blind placebo-controlled randomized trial assessing efficacy/safety of regorafenib as maintenance therapy after 1st line doxorubicin-based chemotherapy in advanced soft-tissue sarcoma patients
O estudo de fase II EREMISS incluiu 127 pacientes com sarcomas avançados de partes moles, como leiomiossarcoma, sarcoma pleomórfico indiferenciado e sarcoma sinovial (sarcoma de tecido não adipócito). Após seis ciclos de quimioterapia baseada em doxorrubicina, os pacientes receberam regorafenibe como terapia de manutenção na dose de 160 mg via oral, uma vez ao dia, por três semanas, seguidas de uma semana de pausa, em ciclos de 28 dias.
Os resultados mostraram uma sobrevida livre de progressão (SLP) mediana de 5,6 meses no grupo regorafenibe, comparado a 3,5 meses no grupo placebo (HR ajustado 0,53; IC 95% 0,36 – 0,78; p = 0,001). A sobrevida global (SG) mediana foi de 27,6 meses para regorafenibe versus 20,5 meses para placebo (HR ajustado 0,78; IC 95% 0,50 – 1,22; p = 0,28), sugerindo que o regorafenibe pode prolongar a SLP, embora o impacto na SG não tenha sido estatisticamente significativo.
Terapia combinada de Botensilimabe e Balstilimabe em sarcomas metastáticos refratários
Wilky BA, Trent JC, Tsimberidou AM, et al. Updated efficacy and safety of botensilimab plus balstilimab in patients with refractory metastatic sarcoma from an expanded phase I study
No estudo de fase I, pacientes com sarcomas metastáticos refratários receberam botensilimabe, um anticorpo anti-CTLA-4, em combinação com balstilimabe, um anticorpo anti-PD-1. O esquema envolveu a administração de botensilimabe a cada 6 semanas e balstilimabe a cada 2 semanas.
O estudo demonstrou uma taxa de resposta objetiva (ORR) de 23% (IC 95%, 13% – 37%) na população geral e de 39% (IC 95%, 17% – 64%) em pacientes com angiossarcomas cutâneos ou viscerais. A duração mediana de resposta (DOR) foi de 21,7 meses (IC 95%, 3,4 – não alcançado), indicando que a combinação é promissora para pacientes com sarcomas refratários.
Resultados do estudo MEGAMOST em lipossarcoma desdiferenciado/bem diferenciado (WD/DD-LPS)
Brahmi M, Tredan O, Gomez-Roca C.A, et al. MEGAMOST trial: Clinical benefit of molecular-driven treatment in advanced MDM2-CDK4 amplified LPS
O estudo MEGAMOST de fase II avaliou o uso de uma combinação de inibidor de CDK4/6 (ribociclibe) e inibidor de MDM2/p53 (HDM201) em 50 pacientes com lipossarcoma desdiferenciado/bem diferenciado (WD/DD-LPS) e amplificação de MDM2 e CDK4.
A taxa de sobrevida livre de progressão em três meses (3M-PFR) foi de 78,9%, com uma mediana de sobrevida livre de progressão (PFS) de 8,3 meses e uma mediana de sobrevida global (OS) de 23 meses. O tratamento foi considerado seguro e com eventos adversos manejáveis, sendo os mais comuns anemia e náusea, sugerindo que esta combinação pode ser uma nova abordagem terapêutica promissora para pacientes com LPS avançado.
Avaliador científico:
Dr. Leandro Veloso Maia Lemos
Residencia em Oncologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP – Ribeirão Preto/SP
Oncologista Clínico na Beneficência Portuguesa de São Paulo – São Paulo/SP
LinkedIn: @leandro-veloso-maia-lemos
Cidade de atuação: São Paulo/SP