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SBOC REVIEW

Estratégias para tratamento de miocardite imuno-relacionada refratária a corticóides

Resumo do artigo:
Dois relatos de caso abordando estratégias para o tratamento de miocardite imunomediada, relacionada ao uso de inibidores de checkpoint imunológicos foram publicados na mesma edição do NEJM.

O primeiro caso, do grupo de Montreal (1), paciente com melanoma tratado com pembrolizumab em primeira linha de tratamento de doença metastática evoluiu com miocardite refratária A corticosteroides, rituximab e micofenolato de mofetila. Alentuzumab, um anti-CD52 utilizado para tratamento de esclerose múltipla, LLC e em alguns protocolos de transplante de medula óssea, foi empregado no D18 do tratamento com sucesso. 

Já no segundo caso, do grupo francês (2), um paciente com carcinoma de pulmão do tipo não pequenas células, que havia recebido em primeira linha de tratamento de doença avançada quimioterapia baseada em platina, recebeu nivolumab em segunda linha de tratamento. Após três doses de tratamento, paciente apresentou miocardite refratária a corticosteroides e plasmaférese, sendo tratado com sucesso com abatacept, um agonista de CTLA-4, recentemente aprovado para tratamento de artrite reumatoide.

 

(1) Alemtuzumab for Immune-Related Myocarditis Due to PD-1 Therapy. n engl j med 380;24 nejm.org June 13, 2019.
(2) Abatacept for Severe Immune Checkpoint Inhibitor–Associated Myocarditis. n engl j med 380;24 nejm.org June 13, 2019
Estratégias para tratamento de miocardite imuno-relacionada refratária a corticóides.

 

Comentários do editor:
- Miocardite relacionada ao uso de inibidores de checkpoint imunológicos é um evento raro (<1%), porém com taxas de mortalidade superiores a 50% dos casos.

- Interessantes estratégias para tratamento de miocardite refratária, porém relatos breves e com pequeno follow-up após tratamento, incluindo poucos dados quanto os desfecho oncológico.

- Interessante o fato de abatacept ter contribuído significativamente para resolução do quadro de miocardite em paciente tratado com anti-PD1, não um anti-CTLA-4. Fato que fornece intrigante informação quanto à manipulação do sistema imune.

- Vale à pena conferir a figura 2 do material suplementar do relato de caso número 1, na qual citometria de fluxo foi realizada em distintos momentos do tratamento, revelando importante papel do alemtuzumab no controle de população de células T.


Editora:
Dra. Adriana Hepner
Membro da SBOC; Oncologista Clínica pelo Hospital Sírio Libanês; Médica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Atualmente, participa como fellow clínica do Programa de Oncologia Cutânea do Melanoma Institute Australia, em Sydney.