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SBOC REVIEW

Fulvestranto como 1ª linha de endocrinoterapia?

A primeira opção de tratamento para pacientes com câncer de mama (CM) avançado receptor hormonal (RH)-positivo é endocrinoterapia, a não ser que se apresentem em crise visceral. Até recentemente, a primeira escolha era um inibidor de aromatase de terceira geração (letrozol, anastrozol ou exemestano). Um estudo de Fase II, o FIRST1, comparou anastrozol com fulvestranto neste cenário, mostrando maior sobrevida livre de progressão (23,4 x 13,1 meses) e maior sobrevida global (54,1 x 48,4 meses).

Nesse estudo de Fase III2, 462 pacientes com CM avançado RH-positivo, HER2 negativo, virgens de qualquer terapia hormonal prévia, foram randomizadas para receber anastrozol 1mg/d (n = 232) ou fulvestranto 500mg q28d, com dose de ataque D1 e D15 no primeiro ciclo (n = 230). É um estudo duplo-cego, e todas as pacientes recebiam injeções intramusculares (placebo ou fulvestranto) e medicação oral (placebo ou anastrozol). O desfecho primário (SLP) foi positivo: 16,6 x 13,8 meses (HR 0,79; IC 95% 0,63–0,99; P=0,048).  Os dados ainda não estão maduros para análise de sobrevida global, que é um desfecho secundário. Na análise de subgrupos, chamou a atenção o fato das pacientes com doença visceral não apresentarem beneficio significativo em SLP.

+Elis et al. JCO. 2015 Nov 10;33(32):3781-7 PMID: 26371134

2Robertson et al. Lancet. 2017 Dec 17;388(10063):2997-3005. PMID: 27908454

Comentários: Fulvestranto parece ser uma opção mais eficaz que os inibidores de aromatase no tratamento de pacientes virgens de endocrinoterapia, especialmente para aquelas sem doença visceral. No cenário atual, onde a associação de inibidores de CDK 4/6 com Letrozol se firma como novo padrão, esta pode ser uma opção para pacientes mais frágeis, que não tolerem estes novos agentes.

Laura Testa

Oncologista clínica especialista em câncer de mama do Hospital Sírio Libanês e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Universidade de São Paulo.