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SBOC REVIEW

Impacto da variante EML4-ALK nos mecanismos de resistência e nos resultados clínicos no câncer de pulmão ALK-positivo prévio

Nos últimos anos, houve uma mudança no paradigma do tratamento do CPNPC metastático com a biologia molecular sendo o destaque, pois as escolhas terapêuticas são baseadas nesse perfil. A presença do ALK mutado confere ao paciente a possibilidade de utilização dos TKI ALK. A despeito dos avanços e respostas que existem nessa subpopulação de pacientes, eles irão apresentar resistência ao tratamento, além de resposder de forma diferente ao tratamento. A caracterização molecular do paciente é de extrema importância, pois podemos ter novos cenários de tratamento disponíveis.

Esse estudo avaliou de forma retrospectiva uma coorte de 129 pacientes, sendo dados de história médica e histopatológicos colhidos do histórico médico. As variantes de fusão ALK foram detectadas a partir do painel de fusão que utiliza sequenciamento de RNA direcionado com reação em cadeia da polimerase multiplexada (PCR) para detectar transcritos de fusão que envolvem oncogenes conhecidos, incluindo ALK3. As variantes de ALK mais frequentes foram EML4-ALK variante 1 em 55 pacientes (43%) e a variante 3 em 51 pacientes (40%).

Foram analisadas 77 amostras de biópsia de tumor de pacientes com variantes 1 e 3 que progrediram em um ALK TKI. As mutações de resistência a ALK foram significativamente mais comuns na variante 3 do que na variante 1 (57% versus 30%; p = 0,023). Destacou-se a mutação ALK G1202R, que foi mais comum na variante 3 do que na variante 1 (32% versus 0%; p, 0,001). Entre os pacientes tratados com a terceira geração de ALK TKI lorlatinibe, a variante 3 associou-se a uma doença com sobrevida livre de progressão significativamente mais longa quando comparada a variante 1.

Lin e cols. J Clin Oncol. 2018 Jan 26. PMID: 29373100

Comentários: A caracterização molecular é elemento chave na decisão terapêutica do paciente com CPNPC, e o conhecimento mais profundo do comportamento, prognóstico e diferenças dentro da mutação ALK poderá trazer implicações práticas e mudanças de estratégia. A variante ALK pode estar associada ao desenvolvimento de mutações de resistência, sendo um importante alvo na seleção de inibidores ALK.

Samira Mascarenhas, MD
Oncologista clínica do Núcleo de Oncologia da Bahia/Grupo Oncoclínicas e Hospital Português