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SBOC REVIEW

Linfonodo Sentinela versus Dissecção Axilar: Resultados de 10 anos do ACOSOG Z0011

A realização de biópsia do linfonodo sentinela (BLS) em carcinoma de mama identifica adequadamente a presença de metástase linfonodal, porém não há evidências de que a realização de linfadenectomia axilar após LS positivo resulte em melhora de desfechos de sobrevida ou recorrência.

O ACOSOG Z0011 randomizou 445 pacientes para receber esvaziamento axilar (EA) e 446 pacientes a não realizar tratamento axilar adicional, apenas a BLS. Este estudo incluiu pacientes com carcinoma de mama independente do status hormonal, HER2 e menopausal, T1 ou T2 , axila clinicamente negativa e até dois linfonodos sentinela positivos, submetidas a cirurgia conservadora, radioterapia da mama com campos tangenciais e tratamento sistêmico a depender da indicação clínica. Foram excluídas do estudo pacientes com três ou mais linfonodos sentinelas positivos, tratamento neoadjuvante e pacientes submetidas à mastectomia. Trata-se de um estudo de não-inferioridade cujo harzard ratio foi de 1,3 para o desfecho primário de sobrevida global (SG) e cujo desfecho secundário foi sobrevida livre de doença (SLD).

Das 891 pacientes incluídas, 856 (96%) completaram o estudo. Após um seguimento mediano de 9,3 anos, a SG em 10 anos foi de 86,3% no subgrupo submetido a linfonodo sentinela apenas e 83,6% no subgrupo submetido a dissecção axilar [HR 0,85 (IC 95% unicaudal, 0-1,16; p para não-inferioridade= .02)]. A SLD em 10 anos foi de 80,2% versus 78,2%, respectivamente (HR 0,85, IC 0,62-1,17, p = 0.32). Não houve diferença do risco de recidiva locorregional em 10 anos entre os grupos, sendo 5,3% para o subgrupo BLS e 6,2% para o EA (p=0,36).

Giuliano AE e cols. JAMA. 2017 Sep 12;318(10):918-926. PMID: 28898379. 

Comentários: Os resultados a longo prazo confirmam que pacientes com carcinoma de mama inicial independente do status hormonal, HER2 e menopausal e  com até 2  linfonodos sentinelas positivos submetidas a cirurgia conservadora da mama não devem ser submetidas a linfadenectomia axilar. Apesar de aproximadamente 27% das pacientes terem linfonodos regionais adicionais acometidos, a dissecção axilar não se correlaciona com aumento de SG, SLD ou diminuição de recorrência locorregional.

Danilo da Fonseca Reis Silva, MD.
Oncologista Clínico formado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Universidade de São Paulo. Oncologista Clínico da Oncoclínica e Oncomédica, Teresina-Piauí