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SBOC REVIEW

Nivolumabe para tratamento do câncer de canal anal avançado refratário

O câncer do canal anal (CCA) é uma doença rara. Apesar do tratamento da doença locorregional ser amplamente aceito há décadas (baseado em quimiorradioterapia definitiva), não há consenso para o tratamento do CCA avançado. Atualmente, um dos tratamentos de 1ª linha mais adotados é baseado em quimioterapia citotóxica com platina e fluoropirimidina, e não há esquema de escolha para 2ª linha.

Morris VK e cols publicaram recentemente os dados de um estudo de braço único de fase II que avaliou a eficácia e segurança do nivolumabe, um inibidor de PD-1, no tratamento de pacientes com CCA irressecável ou metastático após tratamento de 1ª Linha. Ao todo, 37 pacientes foram submetidos ao tratamento com nivolumabe na dose de 3mg/kg q2w até progressão ou toxicidade limitante; Todos os pacientes tinham histologia escamosa e era permitida a participação de pacientes com sorologia HIV+, desde que preenchido os seguintes critérios: TCD4 >300, CV: indetectável; uso de TARV.  O desfecho primário do estudo foi a taxa de resposta por RECIST. Ao final do estudo, a taxa de resposta foi de 24% (7 respostas parciais e 2 respostas completas). A partir de uma sub-análise de 13 pacientes, identificou-se que os pacientes com maiores expressões de PD-1 ou PD-L1 tiveram maiores chances de benefício com a terapia. Com um seguimento mediano de 10,1 meses, a duração mediana de resposta foi de 5,8 meses. O tratamento foi bem tolerado, com 14% dos pacientes apresentando toxicidade grau 3, particularmente anemia, fadiga, rash e hipotireoidismo.

Morris VK e cols. Lancet Oncology 2017 Feb 17. pii: S1470-2045(17)30104-3. PMID: 28223062

Comentários: O nivolumabe se mostrou ser uma droga ativa e bem tolerada em pacientes com CCA avançado e refratário ao tratamento de 1ª linha. Dados do presente estudo suportam a condução de um estudo de fase 3 multicêntrico para confirmação dos resultados e consequente adoção como tratamento padrão neste cenário.

Bruno Mendonça Protásio

Oncologista Clínico do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB)/Grupo Oncoclínicas – grupo de Tumores Gastrointestinais, Salvador-BA.

Ex- residente de oncologia clínica do ICESP/HCFMUSP.