SBOC REVIEW
O microbioma e o câncer
Resumo do artigo:
Excelente revisão sobre o papel da microbiota intestinal como fator de carcinogênese e influência na resposta a terapias oncológicas, incluindo quimioterapia e imunoterapia.
Inicialmente os autores descrevem o papel de conhecidas bactéria implicadas na carcinogênese, como Salmonella typhi e Helicobacte no carcinoma do trato biliar (inflamação crônica) e do Helicobacter pylori no adenocarcinoma gástrico e no linfoma MALT (alteração de vias intracelulares). Em adição, descrevem o interessante papel do F. nucleatum na ativação da via de sinalização β-catenina–Wnt em modelos pré-clínico e como técnicas laboratoriais como FISH para fração ribossomal 16S permitiram a identificação do F. nucleatum em tumores colorretais primários, metástases linfonodais e hepáticas.
Em câncer de mama, é proposto que a microbiota influencie no metabolismo esteroidal, modificando o perfil de circulação de estrógenos. Além disso, a microbiota pode influenciar a resposta tumoral em pacientes em imunoterapia através da interação de componentes da microbiota com células apresentadoras de antígenos (APCs) e fatores da imunidade inata, como receptores do tipo Toll-like (TLRs). Terapias com quimioterapia, radioterapia e antibióticos comumente empregados no tratamento dos pacientes também podem influenciar a microbiota. Estratégias discutidas para manipulação da microbiota em pacientes em tratamento oncológico incluem: dieta, transplante de microbiota fecal, probióticos e modulação pelo uso de antibióticos
The microbiome, cancer, and cancer therapy. Nature Medicine | VOL 25 | MARCH 2019 | 377–388
O microbioma, câncer e terapias contra o câncer.
Comentários do editor:
- Excelente revisão, bastante abrangente sobre o tema. Interessante como a microbiota pode afetar à toxicidade ao tratamento e também influenciar nos desfechos oncológicos.
- Não deixe de ver a figura 3, um circos plot ilustrando a correlação de diferentes microbactérias e resposta à imunoterapia.
- Múltiplos estudos estão sendo conduzidos neste cenário. Há uma crescente necessidade de padronização de técnicas de sequenciamento da microbiota para facilitar a análise de dados/comparação entre as diversas coortes e da criação de consórcios internacionais.