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SBOC REVIEW

Osimertinibe em primeira linha no câncer de pulmão de não pequenas células EGFR-positivo

O tratamento do câncer de pulmão metastático com mutação EGFR (do inglês epidermal growth factor receptor) tem sua base em inibidores de tirosina quinase; estabelecidos como opções estão afatinibe, erlotinibe e gefitinibe. Essa população de pacientes tem sobrevida livre de progressão (SLP) aumentada quando comparada àquela com quimioterapia. Os estudos utilizando EGFR-TKI (TKI do inglês tyrosine kinase inhibitor) mostram uma SLP de 9 a 13 meses. Mais da metade desses pacientes desenvolve uma mutação de resistência, T790M. O osimertinibe é um inibidor de terceira geração, irreversível, que atua nas mutações de sensibilidade e também na de resistência T790M. Os resultados do estudo AURA levaram à aprovação do fármaco para tratamento de pacientes portadores de mutação de resistência T790M.

FLAURA foi um estudo de fase III, duplo-cego, em que 556 pacientes foram randomizados (1:1) para receber osimertinibe ou uma das opções tratamento-padrão (gefitinibe ou erlotinibe) e estratificados de acordo com a mutação (Del 19 ou L858R) e a raça. O endpoint primário foi SLP, a mediana foi de 18,9 meses no grupo de osimertinibe e 10,2 meses no grupo-padrão. Os dados de sobrevida ainda imaturos. Os resultados do FLAURA mostram que em pacientes não tratados, EGFR-positivos, o osimertinibe melhorou os resultados de SLP quando comparado com o tratamento-padrão.

Soria JC, Ohe Y, Vansteenkiste J, Reungwetwattana T, Chewaskulyong B, Lee KH, et al. Osimertinib in Untreated EGFR-Mutated Advanced Non-Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med. 2017 Nov 18.

Comentários: o osimertinibe melhorou a SLP em 54%. O benefício em SLP foi semelhante para pacientes com e sem metástase cerebral, sugerindo que o osimertinibe seja ativo no cérebro tanto quanto em locais sistêmicos, o que é importante pelo fato de a metástase cerebral ser um problema em pacientes EGFR-positivos. Acompanhar os dados dos mecanismos de resistências nos pacientes que forem submetidos a osimertinibe em primeira linha é necessário.

Samira Mascarenhas, MD
Oncologista clínica do Núcleo De Oncologia da Bahia/Grupo Oncoclínicas e Hospital Português