Instalar App SBOC


  • Toque em
  • Selecione Instalar aplicativo ou Adicionar a lista de início

SBOC REVIEW

Pembrolizumabe adjuvante versus placebo em melanoma estádio III ressecado

A cirurgia é o principal tratamento curativo para melanoma em estádios iniciais. Entretanto, alguns pacientes evoluem com recidiva de doença, sobretudo em estádio III. Ipilimumabe e nivolumabe estão aprovados pelo FDA como tratamento adjuvante para melanoma estádio III. Mais recentemente, em maio de 2018, a combinação de dabrafenibe-trametinibe também foi aprovada pelo FDA na adjuvância para pacientes com melanoma estádio III e mutação de BRAF. No Brasil, esses medicamentos ainda não estão aprovados como terapia adjuvante.

Eggermont e cols apresentaram na AACR 2018 estudo clínico fase III, randomizado, duplo-cego (Keynote 054), simultaneamente publicado no New England Journal of Medicine, que comparou pembrolizumabe a placebo em pacientes com melanoma estádio III ressecados. Sobrevida livre de recorrência (SLR) na população geral e no subgrupo de pacientes PD-L1 positivos foram os objetivos primários. Foram randomizados 1019 pacientes estádios IIIA, IIIB e IIIC. Pembrolizumabe foi administrado na dose de 200 mg a cada 3 semanas por um ano (18 doses). Após um seguimento mediano de 15 meses, pembrolizumabe foi superior a placebo em termos de sobrevida livre de recorrência na população geral (75,4% versus 61%; HR 0,57; p < 0,001) e no subgrupo de pacientes PD-L1 positivo (77,1% versus 62,6%; HR 0,54; p < 0,001). Eventos adversos sérios (graus 3 a 5) foram mais frequentes nos pacientes que receberam pembrolizumabe (14,7% versus 3,4%). Houve um óbito no grupo experimental decorrente de miosite.

Eggermmont e cols. NEJM. 2018 Apr 17. PMID: 29658430

Comentário: Pembrolizumabe mostrou ganho em SLR comparado a placebo em melanoma estádio III. Os dados são imaturos para avaliar ganho em sobrevida global. Crossover foi permitido, o que pode esclarecer se oferecer imunoterapia após a cirurgia é melhor do que tratar apenas os pacientes que recidivam.

Luiza Dib B. B. Faria, MD
Oncologista Clínica e coordenadora da Pesquisa Clínica do Hospital Sírio-Libanês Brasília