SBOC REVIEW
Pembrolizumabe é aprovado para uso em pacientes cujos tumores apresentam instabilidade de microssatélites
Recentemente, o orgão americano FDA aprovou o uso do Pembrolizumabe, um anticorpo monoclonal contra PD-1, para pacientes adultos e pediátricos com doença avançada, cujos tumores tenham progredido a terapias prévias, e apresentem instabilidade de microsatélites (microsatellite instabilite-high, MSI-H) ou deficiência do sistema de reparo por bases mal-pareadas (mismatch repair deficient, dMMR). Para o grupo específico de pacientes com tumores de coloreto, o uso foi aprovado após progressão com terapias baseadas em fluorupirimidinas, oxaliplatina e irinotecano.
A aprovação foi baseada em dados de 149 pacientes com MSI-H ou dMMR incluidos em 5 estudos não-controlados, multi-coortes, de braço único. Desses, 90 pacientes apresentavam câncer coloretal (CRC) enquanto 59 apresentavam um entre 14 tipos diferentes de neoplasias malignas. A taxa de resposta objetiva (TRO) foi de 39.6% (IC 95%: 31,7 – 47,9) na população geral, incluindo 11 respostas completas e 48 respostas parciais. As respostas foram em geral duradouras, com 78% daqueles que com resposta objetiva apresentando respostas sustentatadas por mais de 6 meses. A TRO foi similar entre pacientes com CRC (36%) e outros tumores (46%). A identificação do status de MSI-H ou dMMR foi realizada, respectivamente, através de testes moleculares (reação de cadeia de polimerase, PCR) ou por imunohistoquímica. Os dados de toxicidades foram semelhantes aqueles previamente conhecidos com o uso de pembrolizumabe.
Comentários: Essa é a primeira aprovação de um tratamento oncológico condicionado a um marcador biológico, ao invés de um tipo histológico específico.
Romualdo Barroso, MD, PhD.
Oncologista clínico. Postdoctoral fellowship na divisão de Câncer de Mama do Dana-Farber Cancer Institute/Harvard Medical School, Boston, EUA.
Editor do SBOC Review.