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SBOC REVIEW

Pembrolizumabe em associação a eribulina no câncer de mama hormônio-positivo metastático

Resumo do artigo:

Recentemente, foram publicados os dados de estudo de fase 2,  randomizado, multicêntrico, que avaliou a eficácia  da adição de pembrolizumabe ou placebo a eribulina em pacientes com câncer de mama metastático RH+ /ERBB2-negativo que receberam previamente duas ou mais linhas de terapia hormonal e 0-2 linhas de quimioterapia. Os pacientes foram randomizados 1:1 para eribulina + pembrolizumabe ou eribulina isolada. Os pacientes alocados no grupo eribulina em monoterapia poderiam receber pembrolizumabe na progressão. O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão (SLP), e os desfechos secundários incluíram segurança e a taxa de resposta objetiva (TRO).

 

Principais resultados

Ao todo, 88 pacientes iniciaram a terapia do protocolo e a mediana de idade foi 57 anos (30-76), a mediana de linhas anteriores de quimioterapia foi 1 (0-2) e a mediana de linhas anteriores de terapia hormonal foi 2 (0- 5).

Após um seguimento mediano de 10,5 meses, observou-se que a SLP não foi diferente entre os dois grupos (SLP, 4,1 vs 4,2 meses; P = 0,33).

Não houve diferença na TRO (27% vs 34%, respectivamente; P = 0,49).

Nenhum dos 14 pacientes do grupo eribulina isolada que iniciaram o tratamento com pembrolizumabe na progressão tiveram resposta objetiva. Os dados na população PD-L1 positiva (clone 22C3 Dako) também não mostraram benefício da adição de pembrolizumabe.

Os eventos adversos observados no estudo foram consistentes com o perfil de toxicidade já conhecido para as duas drogas. Houve duas mortes relacionadas ao tratamento no grupo de combinação, ambas por colite relacionada ao sistema imunológico no cenário de sepse, atribuídas a ambos os medicamentos.

 

Effect of Eribulin With or Without Pembrolizumab on Progression-Free Survival for Patients With Hormone Receptor–Positive, ERBB2-Negative Metastatic Breast Cancer. Tolaney SM, Barroso-Sousa R, Keenan T, et al. JAMA Oncol. Published online September 03, 2020. doi:10.1001/jamaoncol.2020.3524
Pembrolizumabe em associação a eribulina no câncer de mama hormônio-positivo metastático

 

Comentários do autor:

A maior limitação do estudo é ter sido desenhado com o desfecho primário de SLP, que provavelmente não é o melhor desfecho para avaliar o benefício da imunoterapia no câncer de mama. O estudo não tinha poder adequado para avaliar sobrevida global.

Dessa forma, concluímos que a combinação de pembrolizumabe e eribulina não aumentou a sobrevida livre de progressão e a taxa de resposta objetiva em comparação com a eribulina isolada tanto na população por intenção de tratamento como naquela PD-L1 positiva.

 

Autor:
Dr. Romualdo Barroso Souza
Oncologista clinico e Coordenador de Pesquisa Translacional do Hospital Sírio-libanês, Brasília.
Orientador do Programa de Pós-Graduação em Ciencias da Saúde do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-libanês.
Pós-Doutorado no Departamento de Oncologia do Dana-Farber Cancer Institute, Harvard Medical School.