SBOC REVIEW
Pembrolizumabe em combinação com quimioterapia citotoxica na primeira linha de Câncer de Pulmão não-Pequenas Células
Recentemente, as terapias anti-PD1 em monoterapia (nivolumabe ou pembrolizumabe) foram incorporados no tratamento do CPCNP após falha de quimioterapia baseada em platina. Em pacientes virgens de tratamento, o uso de pembrolizumabe mostrou-se superior a quimioterapia baseada em platina em pacientes com elevada expressão tumoral de PDL1 (KEYNOTE-024). A despeito desses avanços, questões relacionadas a seleção de pacientes, sequência e papel das combinações permanecem em aberto.
Na edição de Outubro da Lancet Oncology, Dr. Corey Langer nos traz um estudo de fase II que avalia a combinação de carboplatina e pemetrexed com ou sem pembrolizumabe em pacientes com CPNPC independente da expressão de PDL1. Este estudo preliminar atingiu seu endpoint primário demonstrando superioridade em taxa de resposta objetiva (TRO) para o grupo tratado com pembrolizumabe (55% vs 29%, p=0,0016) associado ainda a melhor sobrevida livre de progressão (SLP) (13,0 vs 8,9 meses; HR:0,53 IC95% 0,31-091). De forma semelhante a outros estudos com terapias anti-PD1, respostas duradouras foram observadas no braço tratado com imunoterapia sugerindo pouco impacto da adição de quimioterapia na capacidade estabelecer resposta imunológica duradoura associada a anti-PD1.
Langer CJ, Lancet Oncol. 2016 Nov;17(11):1497-1508. PMID: 27745820.
Comentários: Estes resultados são comparáveis aos observados no estudo KEYNOTE-024 em pacientes com elevada expressão tumoral de PDL1. No entanto, destacamos atenção no subgrupo de pacientes com baixa expressão tumoral de PDL1 onde se observou TRO de 57% no grupo tratado com a combinação com pembrolizumabe quando comparado a 13% no grupo com quimioterapia. Esta estratégia necessita de confirmação em estudos mais robustos.
Fabio Nasser Santos, MD, PhD.
Oncologista clínico Fujiday e Oncocentro / Hospital São Carlos – Fortaleza-CE.
