Instalar App SBOC


  • Toque em
  • Selecione Instalar aplicativo ou Adicionar a lista de início

SBOC REVIEW

Recuperação da função ovariana em pacientes com câncer de mama durante o uso de inibidor de aromatase adjuvante

A ocorrência de falência ovariana induzida pela quimioterapia é relativamente comum em mulheres com câncer de mama tratadas com quimioterapia adjuvante. Nessa situação, determinar com segurança se a mulher entrou na menopausa ou não é difícil. Utilizando dados do estudo da FASE III DATA, que randomizou 1.912 mulheres com câncer de mama na pós-menopausa, previamente tratadas com tamoxifeno por 2-3 anos para receberem anastrozol por três versus seis anos, van Hellemond e cols. avaliaram essa questão.

Foram identificadas todas as mulheres com “menopausa” induzida pela quimioterapia. Mulheres submetidas a ooforectomia bilateral ou que usavam análogos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) antes da randomização não foram incluídas na análise. Os níveis de estradiol e de hormônio folículo estimulante (FSH) foram avaliados durante o tratamento com inibidor de aromatase até 30 meses após a randomização. O objetivo do estudo foi determinar a taxa de recuperação da função ovariana durante o uso do IA através da incidência cumulativa pelo método de risco comparativo. Ao todo, identificou-se 329 pacientes com insuficiência ovariana, as quais tinham uma idade média de 50 anos. Dessas, 39 mulheres (12,4%) recuperaram a função ovariana em 30 meses. Outras 11 (28,2%) tinham idade ≥ 50 anos no início do inibidor de aromatase. A taxa de recuperação da função foi de 5,1% em mulheres ≥ 50 anos versus 25,2% nas < 50 anos. Além disso, os níveis de estradiol no grupo com recuperação da função ovariana permaneceram significativamente maiores do que no grupo sem recuperação (diferença = 20,6%, P = 0,03).

van Hellemond e cols. JNCI, Volume 109, December 2017

Comentário: O risco de recuperação da função ovariana após quimioterapia é significativo, mesmo no subgrupo de mulheres > 45 anos. Dessa forma, o uso de inibidores de aromatase em mulheres com câncer de mama com falência ovariana (“menopausa”) induzida pela quimioterapia deve ser preferencialmente acompanhado de supressão ovariana. Monitorização periódica dos níveis de estradiol é uma opção em casos selecionados.

Romualdo Barroso-Sousa, MD, PhD
Oncologista Clínico. Posdoctoral Fellow no Dana-Farber Cancer Institute / Harvard Medical School, Boston, MA – EUA.