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SBOC REVIEW

Relação entre escolha do tipo de tratamento e qualidade de vida em pacientes com câncer de próstata localizado

Existe uma variedade de tratamentos de primeira linha aceitáveis para pacientes com câncer de próstata (CP) localizado, que incluem: prostatectomia radical (PR), radioterapia externa (RT), braquiterapia (BT) e vigilância ativa (VA). Por vezes pacientes e médicos levam em consideração o perfil de efeitos diversos na hora de optar por alguma dessas modalidades.  O objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes submetidos a tais modalidades de tratamento.

Foi realizada uma análise ponderada utilizando escores de propensão para ajustar pelos diferentes níveis basais das variáveis estudadas. O Índice de Sintomas de Câncer de Próstata (PCIS) foi aplicado pré-tratamento e em 3, 12 e 24 meses pós-tratamento. Pacientes tratados com VA serviram como grupo controle. Um total de 1141 homens foram recrutados prospectivamente com tempo médio de 5 semanas desde o diagnóstico, dos quais 27,5% foram conduzidos com VA, 41,1% PR, 21,8% RT e 9,6% BT. A mediana da idade foi 66 a 67 anos entre os grupos. Os escores de disfunção sexual  aos 3 meses foi pior para os grupos PR (36,2 IC95%, 30,4-42,0), RT (13,9 IC95%, 6,7-21,2) e BT (17,1 IC95% 7,8-26,6) comparados ao grupo VA. Incontinência urinária foi agravada pela PR (33,6 IC95%, 27,8-39,2) e sintomas urinários obstrutivos e irritativos foi pior para os grupos RT (11,7 IC95%, 8,7-14,8) e BT (20,5 IC95%, 15,1-25,9) também aos 3 meses. Sintomas intestinais foram piores no grupo RT (4,9 IC95%, 2,4-7,4). No entanto não houve diferença significativas entre os grupos aos 24 meses na maioria dos domínios.

Chen RC e cols. JAMA. 2017 Mar 21;317(11):1141-1150.. PMID: 28324092

Comentários: Apesar de haver uma diferença significativa entre os efeitos adversos das diferentes modalidades no seguimento precoce, há uma tendência a equivalência no longo-prazo. Pacientes tratados com VA também apresentam piora da qualidade de vida e tratamentos podem melhorar sintomas urinários secundários a CP ou hiperplasia prostática benigna. Os pacientes recrutados continuarão o acompanhamento para conclusões definitivas.

Eduardo de Paula Miranda, MD PhD

Fellow de Medicina Sexual e Reprodutiva do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, NY, EUA.

Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará.

Residência Médica e Doutorado em Urologia pelo HC-FMUSP.