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SBOC REVIEW

Resultados do estudo clínico de fase 2 PEMBRO-RT: Pembrolizumab sequencial à radioterapia esterotáxica versus Pembrolizumab isoladamente em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células

Resumo do artigo:
Desenho: Pacientes metastáticos após ao menos uma linha de quimioterapia. Nunca expostos à imunoterapia. Braço controle pembrolizumab (200 mg a cada 3 semanas); Braço experimental pembrolizumab após radioterapia (3 doses de 8 Gy). Até progressão radiográfica por no máximo 24 meses. Esperava-se encontrar incremento da taxa de resposta (ORR) a 12 semanas de 20% no braço controle para 50% no experimental P <.10.

Resultados: 76 pacientes foram randomizados (n = 40) braço controle e (n = 36) braço experimental. ORR a 12 meses foi de 18% (controle) e 36% (experimental, P = .07). PFS foi de 1.9 (95% CI, 1.7-6.9) vs 6.6 meses (95% CI, 4.0-14.6),(HR, 0.71; 95% CI, 0.42-1.18; P = .19), e OS de 7.6 (95% CI, 6.0-13.9) vs 15.9 meses (95% CI, 7.1 a não alcançado, HR 0.66; 95% CI, 0.37-1.18; P = .16).

Análise exploratória de subgrupo encontrou maior benefício potencial em pacientes com PD-L1 negativo. Não houve incremento de efeito colateral no braço experimental.

Conclusão: Radioterapia estereotáxica pré-pembrolizumab foi bem tolerada. Apesar de ter havido uma melhora da taxa de resposta, o objetivo primário não foi alcançado. Novos estudos randomizados se fazem necessários para determinar se a radioterapia poderia ativar o microambiente tumoral imune a ponto de proporcionar benefício clínico no câncer de pulmão não pequenas células.

 

Effect of Pembrolizumab After Stereotactic Body Radiotherapy vs Pembrolizumab Alone on Tumor Response in Patients with Advanced Non–Small Cell Lung Cancer. Results of the PEMBRO-RT Phase 2 Randomized Clinical Trial. Theelen WSME, Peulen HMU, Lalezari F. JAMA Oncol. Published online July 11, 2019. doi:10.1001/jamaoncol.2019.1478 
Resultados do Estudo Clínico de Fase 2 PEMBRO-RT: Pembrolizumab Sequencial à Radioterapia Esterotáxica versus Pembrolizumab Isoladamente em Pacientes com Câncer de Pulmão Não Pequenas Células.

Comentários do editor:
- Apresenta-se como primeiro estudo randomizado que aborda clinicamente o famigerado efeito abscopal em pacientes metastáticos. Estudos pré-clínicos apontam que a radioterapia causa incremento da geração de neoantígenos, levando teoricamente a maior imunogenicidade tumoral e objetivamente a maior infiltração imune no tumor.

- Análise robusta levando em consideração, para taxa de resposta, apenas o tumor mensurável não irradiado, excluindo assim o efeito direto da radioterapia ao tumor irradiado. Era requerido ao menos uma lesão irradiável diferente de uma lesão mensurável.

- O estudo não alcançou o seu endpoint primário, mas encontrou uma diferença numérica na taxa de resposta e em PFS e OS.

- Grupos não-balanceados (mais pacientes com PD-L1> 50% no grupo experimental) podem ter ampliado artificialmente essa diferença.

- No entanto, o subgrupo que experimentou maior diferença (potencial benefício) foi o dos pacientes PD-L1 negativos.

- Melhor dose/regime/método de radioterapia com intuito de ativação imune não são definidos. Também não o melhor momento de iniciar a radioterapia (previamente, concomitante ou posteriormente à imunoterapia). O regime escolhido no estudo não pareceu aumentar significativamente a toxicidade.


Editor:
Dr. Pedro Viveiros

Médico Oncologista com Residência de Clínica Médica e Oncologia pela Universidade de São Paulo; fellow de Developmental Therapeutics em Oncologia e Junior Faculty / Medicine Instructor pela Northwestern University, Chicago - EUA.


Revisora:
Dra. Adriana Hepner
Membro da SBOC; Oncologista Clínica pelo Hospital Sírio Libanês; Médica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Atualmente, participa como fellow clínica do Programa de Oncologia Cutânea do Melanoma Institute Australia, em Sydney.