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SBOC REVIEW

Resultados finais do GOG240 confirmam ganho em sobrevida global do bevacizumabe para câncer de colo uterino avançado

Desde a publicação da análise interina do GOG240 e da aprovação pelo FDA em 2014 da adição de bevacizumabe a um doublet de quimioterapia, muito se preocupou com a magnitude do ganho e segurança no longo prazo.

Tewari e cols. publicaram recentemente os resultados finais pré-especificados do GOG240, estudo fase 3, aberto, multicêntrico, randomizado (2x2) que testou o papel da quimioterapia sem cisplatina e da combinação quimioterapia com bevacizumabe em 452 pacientes com câncer de colo uterino persistente ou recorrente inoperável ou metastático, desde que PS≤1, funções orgânicas normais, virgens de quimioterapia paliativa e sem sangramentos ativos ou lesões não cicatrizadas.

As pacientes se dividiram em quatro grupos: cisplatina com paclitaxel (21/21dias), topotecan mais paclitaxel (21/21 dias), ambos com ou sem bevacizumabe. Não houve diferença de eficácia entre cisplatina mais paclitaxel e o braço topotecan mais paclitaxel. Mas a adição do bevacizumabe à quimioterapia foi superior ao braço de quimioterapia isolada, no objetivo primário, sobrevida global mediana de 16,8 meses versus 13,3 meses (HR:0,77; p=0,007). A sobrevida global pós-progressão não foi estatisticamente diferente entre os grupos 8,4 meses com bevacizumabe versus 7,1 meses com quimioterapia apenas (HR: 0,83; p=0,06). O perfil de toxicidade se manteve em relação a publicações prévias, com fístulas ocorrendo em 15% no grupo com bevacizumabe e 1% no grupo quimioterapia, fístulas grau 3 ocorreram em 13 pacientes (6%) do grupo bevacizumabe.

Thigpen e cols. Lancet. 2017. PMID: 28756902

Comentário: Agora sabemos melhor o perfil de segurança da adição de bevacizumabe ao doublet clássico de quimioterapia paliativa para colo uterino. O ganho de 3,5 meses de mediana na sobrevida global se consolidou nesta análise de longo prazo, embora real, ainda muito modesto para o que essas pacientes precisam. Para por em prática é importante notar a seleção de pacientes, intensificar os cuidados de suporte e equacionar o desafio do acesso do bevacizumabe.

João Soares Nunes, MD
Oncologia Clínica. Hospital Erasto Gaertner – Curitiba – Brasil